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Andre Agassi: as lições maduras de quem foi do ódio ao amor com o tênis

Andre Agassi: as lições maduras de quem foi do ódio ao amor com o tênis

“Demorei dois anos para escrever uma autobiografia e fui polêmico logo na primeira página”, entrega Andre Agassi, ex-número 1 do mundo no tênis.

Presente à Money Week, evento da EQI Investimentos, Agassi premiou o público com uma conversa profunda com o também ex-tenista André Sá, na qual falaram sobre tênis e aprendizados levados do esporte para a vida. Confira os principais insights da conversa!

Agassi na Money Week: uma relação de amor e ódio com o tênis

A relação conflituosa de Agassi com seu pai está registrada em detalhes no livro que leva seu nome na tradução para o português (em inglês, o título é “Open”). Mas, na Money Week, ele relembrou algumas passagens emblemáticas.

“Com meu pai, era acordar, jogar tênis e depois escovar os dentes”, resumiu o ex-tenista, tamanha era a obsessão de Emmanuel “Mike” Agassi em transformar o filho em um jogador de tênis premiado.

Assim, sua relação com o esporte começou de maneira “torta”, mais por medo do que por prazer. “Aos 13 anos meu pai me mandou embora de casa, para uma academia de tênis do outro lado do país. Desgostei mais ainda dele e do tênis. Ali, éramos um bando de adolescentes sem supervisão, só focados em tênis e a única forma de sair dali era ser bem sucedido”, conta.

E a lembrança o faz ponderar que medo e amor são, geralmente, sentimentos que baseiam as decisões da vida. “O medo pode ser um grande motivador”, avalia. Pois foi exatamente o que aconteceu com ele. O grande problema é que, quanto mais ele ganhava, mais Agassi se sentia desconectado de qualquer propósito de vida.

“Na minha mente, eu tinha que ser o número 1 só por causa do meu pai. E quando eu virei o número 1, eu não senti nada. Era uma desconexão total, buscar a vitória e não se sentir totalmente recompensado por ela. Era a contradição de quem estava sempre fingindo ser algo. E tudo isso me deixava extremamente confuso”, recorda.

“Eu me lembro de odiar tênis tanto… e eu odiei ainda mais. Será que nós temos uma escolha de verdade? Nós não escolhemos os nossos pais, se vamos ou não ser bem cuidados. E se você não escolhe a sua vida, como pode assumir propriedade sobre ela? Mas epifanias não mudam a sua vida. O que muda é o que você faz com elas”, analisa.

Agassi: de número 1 a 140º e de volta ao topo

O resultado não poderia ser outro: de número 1 do mundo, Agassi despencou para 140º no ranking.  Até que um técnico lhe confrontou: “Você é muito bom para isso. Ou larga, ou recomeça”.

Ele optou por recomeçar, mas revela que esse percurso até o topo foi muito mais difícil, mas também muito mais recompensador do que da primeira vez.

Ao longo de sua carreira, André Agassi ganhou oito títulos de Grand Slam, incluindo quatro títulos no Aberto da Austrália (1995, 2000, 2001 e 2003), dois no Aberto dos Estados Unidos (1994 e 1999), um em Roland Garros e um em Wimbledon (1992). Além disso, ele tem histórico em Olimpíadas com medalha de ouro na de Atlanta, em 1996, e é o único tenista, entre os homens, a ter o Career Super Slam, ou seja, a ganhar os quatro torneios de Grand Slam, o ouro olímpico, a Copa Davis e o ATP World Tour Finals. 

Andre Agassi na Money Week
Foto: Divulgação

O lado filantrópico de Agassi

Depois que Agassi conseguiu, enfim, se conectar com sua carreira, o tema educação também passou a rondar sua mente. “Eu ouvi sobre dois caras que educavam crianças e estavam mudando a trajetória de vida delas. Eram crianças que não tinham escolha verdadeiramente. Elas não tinham o luxo de poder reclamar por não ser mais o número 1 do mundo. Era uma situação social muito, muito problemática”, diz. “E então eu descobri que era aquilo que eu queria fazer, era o meu propósito. Queria entregar o tênis a elas como uma forma de terem poder de escolha sobre suas vidas”, conta.  

Fundador da Andre Agassi Foundation for Education, Andre Agassi é dedicado à filantropia e busca ajudar crianças desfavorecidas por meio da educação.

Nos últimos 25 anos, o tenista levantou US$ 185 milhões (cerca de R$ 950 milhões – valor da cotação em 14 de maio) em investimentos para a educação pública.

Na Money Week, ele relembrou que, para colocar seu projeto educacional de pé, fez uma hipoteca de US$ 40 milhões. “Essa virou minha motivação. Porque, se você assume uma hipoteca de US$ 40 milhões, não tem mais remédio que te faça dormir. A jornada estava clara para mim”, revela.

Mas para que tudo desse certo, ele conta, foi preciso se cercar das pessoas certas. “Vulnerabilidade é necessário. Você precisa se cercar de pessoas que podem de fato te ajudar, acrescentar. Eu gosto de me cercar de pessoas que têm qualidades que eu não possuo. Se eu quero ficar mais forte, eu me aproximo de pessoas mais fortes”, revela.

O casamento com Steffi Graf

Agassi diz que escolher a pessoa certa na vida pessoal também foi fundamental para ele. Por isso, ele faz questão de ser “o número 1 nas quadras e o número 2 em casa”, diz, brincando, referindo-se a Steffi Graf, também ex-campeã de tênis com quem é casado e tem dois filhos.  

“Dentre outras coisas, ela me ensinou que quem fala muito, não faz. Eu não gosto de dar declarações, sabe? Declarações são como respostas e respostas são tão finais. Eu gosto de perguntas, porque perguntas te convidam e te instigam”, divaga. “É mais importante para mim entender a minha equipe, entender os outros melhor, aprender, fazer perguntas, e não simplesmente impor as respostas. Sempre explorar e nunca estar 100% satisfeito com tudo”, conclui.

Agassi finaliza sua participação na Money Week, com uma lição de vida e tanto: “Quando a gente vive mais a partir do coração, força nossa mente a explorar o que está sentindo. Se você está conectado com seu coração, você entende seus filhos melhor, seu cônjuge melhor. É o equilíbrio. É permitir que o coração lidere, que o coração surpreenda a mente e que a mente, assim, entenda que é o melhor”.

Agassi recebe obra de arte da EQI

O artista plástico catarinense Cainã Gartner assina uma obra de arte com a qual Andre Agassi foi presenteado pela EQI Investimentos durante a Money Week.

Nomeada como “Hot Lava”, a obra de arte representa um tênis usado por Agassi sobre um cometa em formato de bolinha de tênis. A peça homenageia a trajetória de sucesso do ex-tenista. Outros esportistas famosos que já foram presenteados por obras de Cainã são Roger Federer, Tom Brady e Magic Johnson, além das obras destinadas à família de Ayrton Senna.

foto: Andre Agassi e Cainã Gartner
Andre Agassi e Cainã Gartner. Foto: Divulgação

Você leu sobre a participação de Andre Agassi na Money Week. Para ter acesso à versão online e gratuita do evento, com a íntegra de todos os painéis, clique neste link. Participe!