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XRP é golpe ou investimento? Entenda o debate sobre a criptomoeda da Ripple

XRP é golpe ou investimento? Entenda o debate sobre a criptomoeda da Ripple

A criptomoeda XRP voltou ao centro das discussões do mercado financeiro. Enquanto alguns a consideram uma das tecnologias mais promissoras para o sistema bancário global, outros apontam riscos sérios de centralização

A criptomoeda XRP voltou ao centro das discussões do mercado financeiro. Enquanto alguns a consideram uma das tecnologias mais promissoras para o sistema bancário global, outros apontam riscos sérios de centralização, falta de transparência e vulnerabilidade regulatória. Mas afinal, o XRP é um golpe ou um investimento legítimo?

Nos últimos anos, a moeda digital tem obtido uma grande valorização. Nos últimos cinco anos, registrou aumento de mais de 800% e no último ano, a elevação de seu valor ultrapassou os 280%.

No curto prazo, nos últimos cinco dias, no entanto, há queda de aproximadamente 9% e, de um ano até hoje, a desvalorização se aproxima de 8,70%.

Comportamento da XRP

Criada em 2012 pela empresa Ripple Labs, a XRP nasceu com o objetivo de facilitar transações internacionais rápidas e de baixo custo entre bancos e instituições financeiras. Diferente do Bitcoin, que foi idealizado como uma moeda descentralizada e independente do sistema bancário, a Ripple sempre teve foco em integrar sua tecnologia ao sistema financeiro tradicional.

A empresa desenvolveu um protocolo que permite pagamentos instantâneos e seguros, operando como uma espécie de “ponte” entre diferentes moedas e redes bancárias. A criptomoeda XRP é o ativo nativo dessa rede e serve para prover liquidez nas operações, reduzindo custos e tempo de transferência.

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Críticas à XRP: centralização e falta de transparência

Apesar da proposta inovadora, o XRP é alvo de críticas contundentes. Segundo uma análise da RichestONE, aproximadamente 50% de todo o suprimento do token está sob controle da Ripple Labs — um dado que contraria o princípio básico de descentralização das criptomoedas. Além disso, 80% do total emitido foi inicialmente entregue à própria empresa, que teria vendido parte significativa dos tokens para financiar suas operações.

O analista financeiro Rajat Soni, CFA, vai além: chama o XRP de “moeda escrava”, por estar alinhado com instituições financeiras centralizadas e, possivelmente, com futuros projetos de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs). “Isso limita a liberdade financeira e vai contra a essência do Bitcoin”, afirma.

Soni também destaca que a Ripple Labs possui poder técnico para alterar o código do XRP e emitir mais tokens, o que, em tese, poderia permitir manipulação da oferta — algo impensável no modelo descentralizado do Bitcoin.

O fator regulatório e o risco de colapso

Outro ponto sensível é o risco regulatório. Como a Ripple é uma empresa americana, eventuais decisões desfavoráveis das autoridades dos Estados Unidos — como as já vistas em disputas judiciais com a SEC — poderiam derrubar o preço do XRP. “Se os EUA decidirem agir contra o XRP, o valor pode despencar para zero”, alertam analistas.

Enquanto o Bitcoin se baseia em um modelo de controle descentralizado, transparência e código imutável, o XRP depende fortemente da confiança em uma entidade privada e na adoção do sistema por bancos. O Bitcoin é mantido por milhares de nós ao redor do mundo, onde qualquer pessoa pode participar e propor mudanças; já o XRP opera sob uma rede muito mais limitada e centralizada.

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Novos passos: a stablecoin RLUSD

Mesmo diante das críticas, a Ripple continua expandindo sua atuação. A empresa anunciou o desenvolvimento de uma nova stablecoin, a RLUSD, que promete estabilidade e transparência em um mercado marcado por volatilidade e desconfiança. O projeto é visto como uma tentativa de competir com o Tether (USDT) e de consolidar o ecossistema Ripple como uma solução completa para o sistema financeiro global.

O XRP continua entre as dez maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado, o que mostra a força de sua base de investidores e o interesse institucional por suas aplicações. No entanto, é inegável que o ativo carrega riscos associados à centralização e à dependência de decisões corporativas e regulatórias.

Para quem busca liberdade financeira e descentralização, o XRP pode parecer distante dos ideais originais do mercado cripto. Mas para quem acredita na integração entre blockchain e o sistema bancário tradicional, a Ripple e sua criptomoeda continuam representando uma aposta ousada — e, talvez, estratégica.

O veredito? O XRP não parece ser exatamente um golpe, mas tampouco é um investimento sem riscos. Trata-se de um projeto híbrido — parte inovação tecnológica, parte aposta institucional — cuja viabilidade dependerá da confiança que o mercado decidir depositar nele.