No 3TRI23, os quatro maiores bancos do Brasil – Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) – alcançaram um lucro conjunto de R$ 25,175 bilhões. Isso representa um aumento de 1,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior e um crescimento de 3,4% em relação ao segundo trimestre de 2023.
Itaú e Banco do Brasil registraram resultados recordes, enquanto o Santander começou a se recuperar após sentir o impacto da inadimplência. Por outro lado, o Bradesco continua sendo afetado pela situação macroeconômica do país.
A melhora na margem financeira combinada, que totalizou R$ 79,227 bilhões, beneficiou os bancos durante o período. Este indicador aumentou 0,26% no trimestre e 9,52% em um ano. Com o crédito mostrando um ritmo mais lento, os spreads parecem ter aumentado.
Outro fator que contribuiu para a melhora dos maiores bancos brasileiros foi a desaceleração das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD), uma reserva que as instituições financeiras estabelecem para se proteger da inadimplência. Este indicador, que totalizou R$ 31,945 bilhões, caiu 2,9% em relação ao segundo trimestre e subiu 22,9% em comparação com o terceiro trimestre do ano anterior.
No entanto, o crédito foi uma das métricas que mostraram deterioração. A carteira combinada dos quatro maiores bancos atingiu R$ 3,732 trilhões no final de setembro, com altas de 1,4% em relação a junho e 5,5% sobre setembro do ano passado, desacelerando em relação aos trimestres anteriores.
Apesar das perspectivas positivas, o setor ainda enfrenta algumas incertezas regulatórias. O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) tem reduzido o teto de juros do consignado para beneficiários do INSS, o que afetou as concessões no terceiro trimestre. Além disso, a reforma tributária pode acabar com ou alterar os juros sobre capital próprio (JCP), muito utilizado pelos bancos. E o Banco Central ainda precisa definir as regras para o cálculo do risco operacional no âmbito da regulação de Basileia 3.
A questão do rotativo do cartão de crédito é um caso à parte. Os executivos do setor concordam que as altas taxas da modalidade – de 441,1% ao ano em setembro, segundo o BC – são resultado de um modelo muito complexo e não há sinais de uma solução de consenso.
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Resumo sobre a situação dos maiores bancos
Em suma, a temporada de balanços do terceiro trimestre de 2023 confirmou que o pior já passou para os grandes bancos de capital aberto. Os resultados mostram vários sinais de melhoria, após um primeiro semestre marcado por um ambiente de risco no crédito e pelo impacto do caso Americanas.
A inadimplência, que vinha aumentando após as mínimas atingidas durante a pandemia, parece ter atingido o pico e até iniciado uma trajetória de queda. Portanto, as perspectivas para o setor em 2024 são positivas, mesmo com a desaceleração da economia.