As ações da Vivara (VIVA3) chegaram a subir mais de 4% na manhã desta sexta-feira (12), figurando como a maior valorização do Ibovespa, após a joalheria anunciar uma nova mudança na cúpula executiva.
A escalada reflete a leitura do mercado de que a troca de CEO e COO — apesar de ocorrer em um setor sensível a mudanças de liderança — pode fortalecer a governança e destravar valor para os próximos trimestres.
Na noite de ontem, a Vivara informou a saída de Ícaro Borrello do cargo de CEO e de Bruno Kruel Denardin da diretoria de operações. O comando passa a ser exercido imediatamente por Thiago Lima Borges, novo diretor-presidente, e por Cassiano Lemos da Cunha, que assume como COO. Ambos têm mandato até maio de 2027.
Segundo a companhia, a alteração decorre de um processo planejado pelo conselho de administração ao longo dos últimos meses, conduzido com apoio de uma consultoria especializada. A mudança está alinhada, conforme o comunicado, às prioridades estratégicas da varejista: excelência operacional, disciplina na alocação de capital e reforço das práticas de governança.
Quem são os novos líderes da Vivara?
A nomeação foi recebida como positiva pelos investidores devido ao histórico dos executivos. Thiago Lima Borges é ex-CFO e ex-DRI da Smart Fit (SMFT3), onde também atua como conselheiro, e exerceu posições estratégicas na Arezzo&Co — incluindo a vice-presidência corporativa. Ele participou de processos de IPO e liderou projetos voltados à geração de valor.
Cassiano Lemos da Cunha, por sua vez, tem mais de 20 anos de experiência no varejo de moda e acessórios, passando por Richards e Arezzo&Co, onde comandou áreas de operações, planejamento e eficiência — com destaque para iniciativas que elevaram margem bruta e otimizaram gestão de estoque.
Por que o mercado gostou?
Além da melhora imediata de percepção sobre governança, analistas destacaram que a nova dupla tem perfil técnico considerado aderente ao estágio atual da Vivara.
O BTG Pactual, que mantém recomendação de compra para VIVA3 com preço-alvo de R$ 38, chamou a transição de “um novo capítulo” para a empresa e ressaltou que a tese segue atraente, principalmente por três pilares:
- Valuation ainda descontado — a ação negocia a cerca de 11x P/L para 2026;
- Sinais construtivos de governança — especialmente com a reorganização da diretoria executiva;
- Momento operacional sólido — com expansão de margens, inovação de produtos, treinamento da força de vendas e iniciativas de eficiência em maturação.
O banco reforça, porém, que a continuidade operacional, a retenção de talentos e a evolução do capital de giro seguem como pontos de monitoramento. Ainda assim, o conjunto de evidências aponta, para os analistas, uma empresa “alinhada entre estratégia, conselho e operações”, o que abre espaço para expansão de múltiplos à medida que a execução avançar.
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A reação na Bolsa
Por volta de 11h50, VIVA3 avançava cerca de 4,27%, a R$ 35,66, liderando as altas do Ibovespa. O movimento reflete, sobretudo, a expectativa de que a chegada dos novos executivos acelere a próxima fase de crescimento da joalheria, reforçando a confiança dos investidores na capacidade de execução da companhia.






