A Americanas (AMER3) cancelou o rating de crédito corporativo em escala global que havia recebido da agência de rating S&P Ratings.
A varejista informou o mercado, por meio da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que a decisão ocorreu devido a uma mudança nas diretrizes corporativas da empresa, mas não revelou mais detalhes sobre a nova estratégia.
A S&P Global confirmou em seu site a retirada da avaliação da Americanas. De acordo com a agência de risco, a companhia solicitou o cancelamento do rating de crédito.
A Americanas, por sua vez, agradeceu à S&P Ratings pelos serviços prestados na análise do risco de crédito nos últimos anos.
Esse movimento da Americanas torna o investimento na empresa mais arriscado? Qual é o papel das agências de risco para os investidores?
Neste artigo, o portal EuQueroInvestir esclarece o que são as agências de risco e qual é a sua relevância para os investimentos.
O que é uma agência de risco?
Uma agência de risco é uma empresa especializada em avaliar a capacidade de pagamento de dívidas de países, empresas ou instituições financeiras.
As agências de risco atribuem notas, chamadas de ratings, que indicam o grau de confiança que os investidores podem ter na solvência dos emissores de dívida. Quanto maior o rating, menor o risco de calote e, portanto, menor o custo do crédito. Quanto menor o rating, maior o risco de inadimplência e, consequentemente, maior o juro cobrado.
Essas instituições são importantes para os investidores porque apresentam informações sobre a qualidade dos ativos que eles pretendem comprar ou vender.
Por exemplo, se um investidor quer comprar um título de dívida de um país, ele pode consultar o rating desse país para saber qual é a probabilidade de ele receber o pagamento dos juros. Se o rating for baixo, o investidor pode exigir um prêmio maior para emprestar o seu dinheiro, ou seja, um juro mais alto. Se o rating for alto, o investidor pode aceitar um retorno menor, ou seja, um juro mais baixo.
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Rating de crédito corporativo
As agências de riscos podem avaliar a capacidade de pagamento de países e empresas. Para entender o caso Americanas, o foco de análise deverá ser no conceito de rating de crédito corporativo.
O rating de crédito é uma nota que avalia a capacidade de uma empresa de pagar as suas dívidas e obrigações financeiras.
Um rating de crédito corporativo é uma nota que avalia a capacidade de uma empresa de pagar as suas dívidas e obrigações financeiras. Essa nota é atribuída por agências especializadas, como a Fitch Ratings, a S&P Ratings ou a Moody’s, que analisam diversos fatores, como o histórico de pagamento, o nível de endividamento, a geração de caixa, a governança e a perspectiva de mercado da empresa.
Um rating de crédito corporativo pode variar de acordo com a escala utilizada por cada agência, mas geralmente segue uma lógica de letras e sinais.
Por exemplo, na escala da Fitch Ratings, as notas vão de AAA (a mais alta) a D (a mais baixa), sendo que as notas acima de BBB- são consideradas de grau de investimento (investment grade) e as notas abaixo de BB+ são consideradas de grau especulativo (speculative grade). Além disso, as notas podem ter sinais de + ou – para indicar a tendência de melhora ou piora do rating.
Um rating de crédito corporativo é importante para os investidores, pois reflete o risco de crédito associado a uma empresa ou a um título emitido por ela. Quanto maior o rating, menor o risco de inadimplência e, portanto, menor o retorno exigido pelos investidores. Quanto menor o rating, maior o risco de calote e, consequentemente, maior o retorno demandado pelos investidores.
Assim, o rating de crédito corporativo influencia o custo de captação e o valor de mercado das empresas.
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Qual era o rating de crédito da Americanas?
Como já mencionamos, o rating de crédito de uma empresa é a avaliação da sua capacidade de cumprir as suas promessas de pagamento. Antes da crise do rombo de R$ 20 bilhões, a nota de crédito da Americanas, dada pela S&P, era B.
A nota B da S&P ainda era de nível especulativo. Essa nota significa que a empresa está mais exposta a condições adversas de negócio, financeiras e econômicas, mas ainda tem capacidade de honrar os seus compromissos financeiros. A nota B está próxima do grau de investimento, bastando ultrapassar somente a nota BB para alcançar esse patamar.
Depois da crise, a S&P rebaixou a nota para D, que indica um risco elevado de investir na empresa, com possibilidade de default no pagamento de uma obrigação financeira ou de descumprimento de uma promessa assumida; também usado quando há um pedido de falência.
Com o pedido de recuperação judicial, a Americanas tem um prazo para reestruturar as suas dívidas, incluindo os pagamentos para os investidores que adquiriram títulos de dívida da empresa, como debêntures, por exemplo. Em alguns casos, os pagamentos são suspensos e há um risco de o investidor receber os juros com desconto ou até sofrer um calote.
Portanto, as agências de risco são importantes para os investidores. Por meio delas, as pessoas podem avaliar qual é o risco de investir em uma determinada empresa.