Existe um título no mercado financeiro que simplesmente não conhece vencimento. Estamos falando das debêntures participativas da Vale, também conhecidas como debêntures perpétuas.
Esses papéis foram emitidos em 1997 e hoje distribuem ótimos proventos na forma de pagamentos de juros semestrais.
Se você é um dos sortudos que vem recebendo esse pagamento, leia o artigo abaixo e saiba qual é a recomendação em relação a esses proventos.
Siga em frente e tenha uma boa leitura!
O que são as debêntures participativas da Vale?
As debêntures participativas da Vale são uma espécie de título que surgiu com a privatização da companhia em 1997. Elas foram emitidas em número igual ao de ações. Ao todo, mais de 388 milhões de papéis desse foram ao mercado.
Isso se deu como uma condição para que o processo de venda da companhia pudesse ser concretizado. No entanto, essas debêntures não foram lançados do modo tradicional, pois vários fatores são únicos em sua constituição.
Um desses atributos é que a remuneração dos títulos é atrelado a produção de um material específico pela mineradora. Estamos falando do minério de ferro, um dos carros chefes da companhia.
Além disso, não é a produção total do material que se considera, e sim apenas alguns sistemas de extração e algumas minas específica. E aí que reside um grande detalhe.
À época da privatização, ainda não se sabia que seria feita a descoberta da jazida de Carajás, no Pará. O potencial de exploração é o maior do mundo: nada menos que 250 anos a fio.
Esse foi um dos fatores que levou a uma grande busca por esse título no mercado recentemente.
- Leia também: O que são debêntures?
Quais são as características dessas debêntures?
Acompanhe a seguir as principais características das debêntures participativas da Vale. Confira!
Perpetuidade
Uma das características (certamente) ímpar desse título é que ele não possui vencimento. Normalmente, uma debênture tem uma data para expirar, 5 ou 10 anos, mas as da Vale não expiram nunca.
Essa foi uma condicionante de seu lançamento quando da privatização. É justamente por conta dessa característica que esse papel também é chamado de debênture perpétua da Vale.
Ou seja, quem detiver esse título não precisa se preocupar com seu vencimento. Vale para sempre.
Classificação de risco
Atualmente, a debênture participativa da Vale goza de uma ótima classificação junto ao mercado e isso é um bom atrativo para que o papel se valorize com o passar do tempo.
Nada menos que as 3 principais agências de classificação de risco atribuem uma nota “triple A” ao título. Isso representa uma nota AAA ao papel (a melhor que pode existir) atribuído pela Fitch, Moody’s e S&P.
Semestralidade
Outra característica muito bem-vinda desse papel é o pagamento de proventos na periodicidade semestral. Assim, a cada 6 meses o detentor desse título recebe os juros distribuídos por ocasião do lucro auferido nas minas.
Isso confere uma ótima previsão de rendimentos aos investidores das debêntures participativas. É possível fazer uma programação de reinvestimentos de lucros ou apenas para gastos pessoais.
Renda dolarizada
O recebimento dos juros semestrais mencionados acima ainda tem um grande benefício associado que é justamente ser feito em dólar, e não em reais. Isso é capaz de causar um efeito combinado que potencializa a aplicação.
Ter uma receita em dólares é bom para qualquer composição de patrimônio. Historicamente a moeda brasileira é desvalorizada frente ao dólar e isso é bom para quem tem rendimentos na moeda do tio Sam.
Conforme o dólar se valoriza frente ao real, é possível receber ainda mais dinheiro na forma de remuneração semestral por ocorrência de pagamento de juros.
Qual é o histórico de pagamento de juros desse papel?
Conforme já dito, o pagamento de proventos das debêntures participativas da Vale ocorre em caráter semestral. Assim, todo ano há duas distribuições de juros sobre esses papéis.
Outro dado interessante também já mencionado é que o pagamento se dá em dólares e isso pode aumentar bastante a atratividade desse título. Ainda assim, apresentaremos os números passados já transformados para reais.
De fato, os pagamentos mais expressivos começaram apenas no ano de 2014, mas vêm sofrendo forte incremento desde então. Naquele ano foi distribuído R$ 0,72 por debênture e, no ano seguinte, R$ 0,58.
Foi a partir daí que os números começaram a experimentar forte aumento: já em 2016 o pagamento foi para R$ 1,04; em 2017, R$ 1,16; em 2018, R$ 1,65; em 2019, R$ 2,31 e em 2020, 4,03. Este último aumento foi de 174%.
Os números não mentem e, mais do que isso, nos mostram o potencial de crescimento da remuneração do papel.
Vale lembrar um ponto importante: esses dados ainda não contemplam a recente alta das commodities sofridas por conta dos acontecimentos recentes ocorridos no mundo, como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
Muito provavelmente haverá um anúncio de crescimento nas receitas dessas minas e, consequentemente, a remuneração ofertada pelas debêntures participativas poderá ser ainda maior.
- Leia também a coluna de Alexandre Viotto, head de câmbio da EQI: Alô, câmbio – commodities e o real
Qual é a recomendação atual em relação às debêntures participativas da Vale?
Atualmente, a recomendação da EQI Investimentos é a mesma do BTG Pactual e se apoia em relatório divulgado recentemente. No documento completo, os números de composição do ativo são detalhados com minúcias.
São esses dados que sustentam a recomendação de compra do ativo. Para quem recebeu os juros semestrais advindos do papel, a orientação é de reinvestimento, adquirindo mais debêntures dessa modalidade.
Os fatores que embasam essa decisão são vários, a começar pelo motivo de se tratar de um título híbrido, que vem apresentando uma remuneração muito mais atrativa que os outros papéis de renda fixa emitidos pela Vale.
Além disso, existe uma forte previsão de aumento dessa remuneração quando o sistema sudeste de exploração mineral da companhia for incorporado ao ativo. Isso potencializará ainda mais o recebimento de proventos.
No conjunto, a situação é favorável para as debêntures participativas. Afinal de contas, o pagamento semestral de juros já é vinculado ao Sistema Norte — Carajás, que equivale aos principais ativos minerários da Vale.
Por fim, a companhia vem trabalhando fortemente na mitigação dos impactos ambientais causados pela atividade de mineração. Isso ajuda sobremaneira a reduzir os passivos da empresa relacionados ao meio ambiente.
- Quer conhecer mais sobre debêntures participativas da Vale? Então preencha este formulário que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato.