Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, devem conversar por telefone nos próximos dias, em meio a um novo capítulo das tensões comerciais entre EUA e China.
A informação foi confirmada pela Casa Branca nesta segunda-feira (2), em um momento em que os dois países trocam acusações sobre o descumprimento de um acordo firmado há menos de um mês.
Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, esta será a terceira tentativa recente de diálogo direto entre os líderes. Antes disso, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, já havia sinalizado que as tratativas comerciais “aconteceriam em breve”.
Acordo sob pressão intensifica tensões comerciais entre EUA e China
O cenário atual é bem diferente do clima positivo que marcou as negociações em Genebra no mês passado. Na ocasião, Estados Unidos e China concordaram em reduzir tarifas comerciais de forma significativa: os EUA diminuíram suas taxas sobre produtos chineses de 145% para 30%, enquanto Pequim reduziu de 125% para 10%.
Apesar do avanço, o secretário Bessent reconheceu em entrevista à Fox News que o progresso está mais lento do que o esperado. As dificuldades são reflexos de décadas de atritos econômicos, e as tensões comerciais entre EUA e China continuam a colocar em risco qualquer sinal de estabilidade.
China acusa EUA de violar acordo
A situação se agravou nos últimos dias após autoridades chinesas acusarem Washington de violar o acordo. Um porta-voz do Ministério do Comércio da China afirmou que ações unilaterais da administração Trump “prejudicaram seriamente” os termos assinados em Genebra.
Entre as principais reclamações estão a restrição à venda de softwares de chips, os alertas contra produtos da Huawei e o cancelamento de vistos para estudantes chineses. Para Pequim, essas decisões aumentam a instabilidade nas relações comerciais entre EUA e China, alimentando incertezas nos mercados.
Tarifas sobem e aumentam tensão
Na última sexta-feira (30), Trump anunciou o aumento das tarifas sobre aço e alumínio para 50%, dobrando as alíquotas anteriores. Embora a China seja o maior produtor mundial de aço, suas exportações diretas para os EUA continuam limitadas desde a adoção de tarifas de 25% em 2018.
No setor de alumínio, a China é o terceiro maior fornecedor dos americanos. A decisão de Trump foi acompanhada por declarações duras nas redes sociais, onde ele acusou Pequim de “violar totalmente” o acordo e prometeu uma postura mais rígida nas negociações futuras.
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