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S&P 500 em 300 pregões: entenda os ciclos de retorno do índice

S&P 500 em 300 pregões: entenda os ciclos de retorno do índice

Em análise para o EQI+, o analista internacional Marink Martins destrincha 25 anos de retornos do S&P 500 sob a ótica de janelas móveis. O gráfico evidencia como eventos macroeconômicos moldaram os ciclos de retorno do índice — com destaque para a influência recente da IA e da política fiscal americana.

Gráfico S&P 500 em 25 anos
Fonte: EQI+

O comportamento do S&P 500 ao longo de janelas móveis de 300 pregões oferece uma perspectiva singular sobre a natureza cíclica dos mercados. Longe das leituras convencionais de gráficos lineares ou percentuais acumulados, a análise da performance permite observar com maior clareza os picos e vales de retorno do índice em diferentes contextos macroeconômicos.

Marink Martins, analista internacional do aplicativo EQI+, destaca a relevância desse tipo de abordagem para compreensão estrutural do mercado:

“É um gráfico de retorno móvel, com uma janela de 300 pregões — aproximadamente 14 meses de mercado ativo. Ele permite visualizar de forma mais precisa quando o S&P 500 entregou retornos negativos dentro desse horizonte temporal. A linha zero é o nível-chave.”

Retorno do S&P 500: zonas de estresse e recuperação

A análise inicia com a fase pós-bolha do Nasdaq no início dos anos 2000, em que o gráfico opera consistentemente abaixo da linha de retorno neutro. Em seguida, uma janela prolongada de retornos positivos é interrompida com força pela crise do subprime em 2008.

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“O retorno de 300 pregões cai fortemente, refletindo a quebra de Lehman Brothers, o congelamento do crédito global e a recessão subsequente”, explica Marink.

O gráfico volta a se aproximar do zero em 2011, ano marcado pelo rebaixamento do rating de crédito dos EUA pela S&P e por tensões no sistema bancário ainda resquício da crise de 2008 — como a necessidade de capitalização do Bank of America.

Em 2015, o mercado responde a choques de commodities (queda do petróleo e minério de ferro), desaceleração na China e políticas monetárias expansionistas no Japão, China e Europa. O retorno de 300 pregões flerta com o zero, mas se sustenta.

Normalização monetária e pandemia

O ano de 2018 registra nova inflexão, quando Jerome Powell tenta reduzir o balanço do Fed — que havia saltado de US$ 800 bilhões para US$ 4 trilhões desde a crise de 2008. A reação negativa do mercado leva à “pivotagem” do Fed.

Já 2020 marca a forte inflexão negativa decorrente da pandemia, seguida por um rápido processo de recuperação via estímulo fiscal e monetário. “Esse foi um dos momentos mais rápidos de queda e recuperação já registrados”, aponta Marink.

Retorno do S&P 500 em 2022–2023: inteligência artificial e política fiscal

A normalização monetária de 2022, com a Treasury de 10 anos saltando de 1% para 5%, ameaçou deteriorar os retornos do S&P 500. No entanto, dois vetores impediram uma correção mais severa:

  1. Surgimento do ChatGPT e a ascensão da IA generativa: A adoção massiva da tecnologia impulsionou expectativas de crescimento secular em empresas como NVIDIA, Microsoft e Alphabet.
  2. Mudança na estratégia de financiamento do Tesouro americano: Em novembro de 2023, a secretária Janet Yellen alterou a composição da rolagem da dívida pública americana, priorizando emissões de títulos curtos (T-Bills) em detrimento dos longos (T-Bonds). “Essa decisão achatou a parte longa da curva, reduziu o rendimento dos títulos de 10 anos e valorizou os ativos de duration longa, como ações de tecnologia. O efeito foi imediato”, explica o analista.

2024 e o presente: sinal de alerta?

Em 2024, o retorno de 300 pregões começa novamente a se aproximar da linha do zero. Segundo Marink, o gráfico acende um alerta, mas também carrega a possibilidade de um novo ponto de inflexão, como em 2011 ou 2018:

“Se o retorno romper abaixo de zero, pode sinalizar necessidade de nova intervenção — seja via pivot monetário ou via política fiscal expansionista. O objetivo do gráfico é mostrar possibilidades do que pode acontecer”, afirma.

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