O Ibovespa acumula alta de 23% em 2025 e já avançou 5% desde 10 de outubro, atingindo recordes históricos em reais. Segundo relatório divulgado pelo JPMorgan, o índice está agora apenas 4,7% abaixo da meta otimista de Ibovespa 155 mil pontos projetada para o fim do ano.
As estrategistas Cinthya Mizuguchi e Emy Shayo Cherman acreditam que ainda há margem para valorização. Elas destacam que a inflação em queda abre espaço para cortes de juros mais intensos, enquanto o Federal Reserve deve iniciar um ciclo de redução de taxas em 29 de outubro, impulsionando mercados da América Latina.
Outro ponto positivo citado é a melhora no ambiente tarifário entre Estados Unidos, China e Brasil, o que tende a favorecer exportações e estimular o fluxo de capital para países emergentes.
Ibovespa 155 mil pontos: oportunidades e riscos no radar
Apesar da visão otimista, o JPMorgan alerta para três riscos principais. O primeiro é uma possível valorização do dólar, que poderia limitar o avanço das ações. O segundo é o aumento dos gastos públicos no Brasil, com impacto sobre metas fiscais e cortes de juros. O terceiro é o risco de uma temporada de resultados corporativos abaixo das expectativas.
Mesmo assim, o banco vê boas oportunidades. Um estudo quantitativo identificou empresas com desempenho fraco no ano, mas com potencial de valorização no novo ciclo de alta. As análises se concentraram em ações com recomendação overweight, equivalentes à indicação de compra.
Cinco critérios nortearam a seleção: potencial de valorização frente ao preço-alvo de 2026; desempenho mais fraco no ano; múltiplos de preço/lucro entre 10 e 12 vezes; expectativa de crescimento de lucros acima de 15%; e endividamento superior a duas vezes o Ebitda, favorecendo-se de juros menores.
Ações que se destacam no cenário de alta
Entre os destaques aparecem Equatorial, Localiza, Simpar, Copel, Embraer, JSL, Klabin, Suzano, M. Dias Branco, Mahle Metal Leve, Marcopolo, Motiva, Afya, Azzas 2154, CBA, Randoncorp, Santander Brasil e Yduqs.
Simpar, Localiza e Mahle Metal Leve estão entre as ações com maior potencial de alta até 2026. Já Randon, São Martinho, Brava Energia, PetroReconcavo, Klabin, Suzano e WEG aparecem como as de pior desempenho no ano.
Entre as mais baratas figuram Cyrela, Santander Brasil, Azzas 2154, Ser Educacional, EzTec e Yduqs. No grupo de maior crescimento esperado de lucros estão Embraer, Nubank, Inter, Smart Fit, M. Dias Branco, Copel e Dlocal.
Por fim, empresas como Neoenergia, Energisa, Motiva, Alupar, Klabin, Simpar, Vibra Energia e Copel devem se beneficiar de juros mais baixos devido ao maior endividamento relativo.
O JPMorgan conclui que o cenário de queda de juros, ambiente externo mais favorável e valorização gradual pode consolidar o movimento rumo ao Ibovespa 155 mil pontos ainda neste ciclo.





