O fundo imobiliário ALZR11 (Alianza Trust Renda Imobiliária) aprovou um desdobramento de cotas na proporção de 1 para 10, com efetivação prevista para o dia 6 de maio. A decisão tem como principal objetivo aumentar a liquidez das cotas no mercado secundário, facilitando o acesso de pequenos investidores.
A head e analista da EQI Research, Carolina Borges, explica que o desdobramento não altera o valor total investido nem a participação do cotista no fundo. “Se você tem 10 cotas hoje, passará a ter 100 após o desdobramento. Em contrapartida, o valor de cada cota, que atualmente gira em torno de R$ 98,99, será ajustado para aproximadamente R$ 9,80”, afirma Carolina.
Ela usa uma analogia simples para explicar a mudança: “É como uma pizza que antes era dividida em 12 milhões de pedaços e agora passa a ser dividida em 120 milhões. A pizza continua a mesma, mas os pedaços são menores”.
Desdobramento do ALZR11: entenda os impactos práticos
A mudança também traz reflexos no preço médio de aquisição das cotas, embora sem impacto real no valor investido. A alteração é apenas proporcional e exige atenção na hora de atualizar as informações na declaração anual.
Por isso, Carolina orienta: “Na hora de declarar o Imposto de Renda no ano que vem, o investidor deve multiplicar por 10 a quantidade de cotas e dividir por 10 o preço médio. Se antes o valor médio era R$ 95 por cota, passará a ser R$ 9,50”.
Quanto aos dividendos, o comportamento será semelhante: o valor pago por cota será reduzido proporcionalmente, mas o montante total recebido por cada investidor deve permanecer o mesmo, caso não haja mudanças operacionais no fundo.
A medida segue uma tendência observada principalmente entre fundos de papel nos últimos anos, mas começa a ser adotada também por fundos de tijolo, como o ALZR11.
Segundo Carolina, o desdobramento tem como intuito “reduzir a barreira de entrada para o investidor”, permitindo, por exemplo, que quem tem R$ 70 consiga comprar várias cotas, o que antes não era possível.
“A operação não altera a estrutura do fundo, mas pode trazer benefícios indiretos, como maior volume negociado e precificação mais eficiente”, pontua a analista.
Ela ainda reforça que não há motivo para preocupação: “É uma mudança contábil, e não estrutural. A participação do investidor no fundo permanece intacta”.
A recomendação da especialista é que os cotistas fiquem atentos apenas à movimentação natural do preço por cota no dia seguinte à operação, que poderá mostrar uma queda brusca de cerca de 90% nos gráficos, o que pode gerar confusão para quem não está ciente do desdobramento.