A Ambev (ABEV3) anunciou na última terça-feira (9) uma nova rodada de distribuição de proventos que leva o total declarado em 2025 a R$ 17,4 bilhões, combinando dividendos e juros sobre capital próprio (JCP).
Segundo comunicado da companhia, o conselho de administração aprovou o pagamento de R$ 7,2 bilhões em dividendos neste mês, dos quais R$ 5,4 bilhões referem-se ao lucro do ano e R$ 1,8 bilhão a dividendos adicionais.
Com esse anúncio, a Ambev eleva para R$ 13,2 bilhões o total de dividendos declarados e a serem pagos em 2025. A empresa também aprovou a distribuição de R$ 4,2 bilhões em JCP, cujo pagamento ocorrerá em 2026.
Dividendos da Ambev: detalhamento dos valores por ação
A distribuição aprovada pelo conselho envolve dois tipos de proventos: dividendos referentes ao exercício de 2025 e juros sobre capital próprio (JCP) a serem pagos em 2026. Abaixo, veja os valores, datas de corte e condições de pagamento informadas pela companhia.
Dividendos aprovados
De acordo com o aviso aos acionistas, a empresa distribuirá:
- R$ 0,4612 por ação, sendo:
- R$ 0,3459 referentes ao dividendo mínimo obrigatório;
- R$ 0,1153 correspondentes a dividendos adicionais.
O pagamento será feito em 30 de dezembro, sem retenção de imposto de renda. A data-com será 18 de dezembro na B3 e 22 de dezembro na NYSE, com negociação ex-dividendos em 19 de dezembro.
Juros sobre Capital Próprio (JCP)
A Ambev também aprovou o pagamento de JCP:
- R$ 0,2690 por ação (bruto), equivalente a R$ 0,2286 líquidos após imposto.
O valor será pago até 31 de dezembro de 2026, com as mesmas datas-com dos dividendos: 18 de dezembro na B3 ($B3SA3) e 22 de dezembro na NYSE. As ações passam a ser negociadas ex-JCP a partir de 19 de dezembro.
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O que diz o mercado
O Bradesco BBI avaliou que a decisão reforça uma alocação de capital prudente, apoiada no caixa robusto da companhia.
“Vemos argumentos sólidos para evitar alavancagem, dado o custo elevado de capital no Brasil e o benefício fiscal limitado”, escreveu Henrique Brustolin, analista do banco.
Ainda assim, o BBI ponderou que a previsibilidade dos pagamentos permanece reduzida.
“A ausência de uma política clara de dividendos e o sinal de que não haverá mudança estrutural diminuem as chances de novas distribuições extraordinárias”, afirmou.
O banco destacou que a Ambev opera em um ambiente competitivo mais desafiador, com margens pressionadas, custos crescentes e um setor de cerveja menos dinâmico. Segundo o relatório, com ABEV3 negociando a 14,3 vezes o múltiplo P/L estimado para 2026, a recomendação segue Neutra.






