Não sou superfã de faroeste, mas, dias atrás, assisti ao filme “O Bom, o Mau e o Feio” (“Três Homens em Conflito”, na tradução brasileira), do diretor Sergio Leone com o grande Clint Eastwood. Este filme, além de icônico, possui uma trilha sonora inesquecível do lendário Ennio Morricone.
A trama é simples: três pistoleiros, Blondie (o Bom), Angel Eyes (o Mau) e Tuco (o Feio), cruzam o Velho Oeste atrás de uma fortuna em ouro. Cada um tem suas armas, seus truques e sabe apenas uma parte da informação sobre onde está o ouro e estão em busca do mesmo objetivo.
Comecei este texto assim porque, no fundo, é exatamente dessa forma que vejo uma carteira de investimentos: como uma “equipe” com características bem diferentes, mas que, se bem gerenciada, te leva ao tesouro.
Veja o recorte dos últimos 10 anos de alguns dos índices do mercado. Em 2015, o mercado de ações no Brasil (IBOV, IDIV, IMOB, SMLL) foram os “feios” da vez. A renda fixa em CDI e a média dos títulos públicos indexados à inflação (IMA-B) foram mais confiáveis, mas o mercado americano foi quem realmente brilhou.

Já, no ano seguinte, a situação praticamente se inverteu, com os papéis de bons, maus e feios quase que opostos. E o ciclo se repete ao longo de outros períodos, como o contraste entre 2021 e 2022. Na prática, se você não tem um plano com “o Bom, o Mau e o Feio” na sua carteira, provavelmente não encontrará o tesouro.

O Bom, o Mau e o Feio da sua carteira de investimentos
Então, deixa eu te provocar com uma pergunta: você já parou para olhar sua carteira e separar quem é quem? Porque se você só tem “o Bom” – aqueles ativos previsíveis –, pode estar deixando dinheiro na mesa. Ao mesmo tempo, se só busca o maior retorno, independente do risco, pode se deparar com uma volatilidade muito alta.
Vamos entender melhor:
- O Bom: são os ativos confiáveis, como os títulos públicos atrelados à Selic ou IPCA com o objetivo de carregar para o vencimento. Eles não te fazem rico da noite para o dia, mas te salvam quando o tiroteio começa. Até o momento, em 2025, o CDI está entregando cerca de 2% – nada excepcional, mas firme como o personagem de Eastwood.
- O Mau: aqui entram os arriscados, os que têm potencial explosivo, mas podem te dar um tiro no pé. Pense em small caps ou até mesmo as criptomoedas. O Bitcoin subiu 183% em 2024, mas já vi ele cair 20% em uma semana. É o vilão que você ama odiar.
- O Feio: esses são os subvalorizados, os que ninguém quer olhar em determinados momentos. Aqui eu coloco, hoje, os FIIs de tijolo – fundos imobiliários de galpões, shoppings e lajes corporativas. O índice IFIX caiu quase 6% em 2024. Mas alguns fundos, como o $HGBS11, estão negociando a preços historicamente baixos e entregando aluguéis consistentes na sua conta.
O meu ponto aqui é que, para conseguir encontrar o tesouro, você deve montar sua carteira como um duelo no cemitério – aquele final épico do filme. Cada ativo tem seu papel, mas o segredo está no equilíbrio. Por exemplo, em fevereiro de 2025, o IFIX subiu 3,34%, enquanto o CDI entregou cerca de 1% – seria o Feio começando a brilhar?
E aqui vai minha recomendação: olhe para os FIIs de tijolo. Eles são os “feios” de agora, com o IFIX meio de lado nos últimos meses, mas entregam yields próximos a 10% ao ano e estão baratos. Um $HGBS11 ou $LVBI11 pode ser o ouro enterrado que você precisa cavar.
Ah, e se quiser um plano pronto para desenterrar lucros, dê uma olhada na minha seleção dos Sete FIIs de Tijolo para receber aluguéis sem cair nas armadilhas do “Velho Oeste financeiro”.
Por Carolina Borges, head e analista de FIIs da EQI Research
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