O PIPO Capital I, Fundo de Fundos de Venture Capital, lançado pela EQI Asset em parceria com a PIPO Capital, anunciou ao mercado seu segundo investimento.
A alocação, de R$ 2 milhões, foi realizada no fundo Cloud9 e representa aproximadamente 5% do capital do veículo.
A divulgação foi feita durante o EQI Talks, live que contou com a participação de Francco Marchetti, fundador e gestor do Fundo Pipo Capital I; Noah Stern, fundadora da Cloud9; e Ettore Marchetti, CEO da EQI Asset.
Juntos, eles apresentaram a trajetória, a evolução do Fundo e visão de mercado.
Sobre a Cloud9
A Cloud9 foi criada por Felipe Affonso e Noah Stern, dois gestores com passagens por casas como Softbank, GIC e Goldman Sachs, onde desenvolveram track records excepcionais e enxergaram a oportunidade de criar a atual gestora.
Equipe
O time é formado por 5 pessoas, com sócios com mais de 10 anos de experiência relevante. No histórico de investimentos dos sócios estão empresas como QuintoAndar, VTEX, Hotmart, SmartFit, Afia, Netshoes, Loggi e Rede Dor São Luiz.
Setores de interesse
Os principais setores de interesse e modelo de negócios de interesse da gestora são Software as a Service (SaaS), Saúde, Consumo, Educação e Serviços Financeiros. O foco será investir em empresas fora do eixo Rio-SP.
Diversificação
Tendo levado com sucesso seu primeiro fundo, os gestores Felipe Affonso e Noah Stern, demonstraram capacidade de encontrar e investir em ativos únicos, que não são empresas-alvo para outras gestoras mais tradicionais, proporcionando grande potencial de diversificação para o PIPO Capital I.
- Tamanho do fundo: R$ 300 milhões
- Portfólio atual: duas startups ativas, com foco no late stage;
- Setores: SaaS, Saúde, Consumo, Educação e Serviços Financeiros;
- Gestora: Emergente, com fundação em 2021, com uma base relevante de investidores institucionais, os quais representam 39% do fundo.
Portfólio
Clinicorp
A empresa é líder no espaço de software de gerenciamento de clínicas odontológicas e de beleza, que atende necessidades de modo “end-to-end”, apresentando um crescimento de receita recorrente anual de 6 vezes, entre 2019 e 2021.
Diferenciais da tese de investimento
- Investimentos em companhias fora do “hype” do mercado;
- Fundadores com forte capacidade de execução;
- Empresas financeiramente sustentáveis que não precisarão de rodadas subsequentes;
- Ativos com forte valor estratégico, com variedade de oportunidade de saída;
- Tamanho médio do cheque de investimento US$ 5-15 milhões.
Cloud9: como surgiu a estratégia
Noah Stern trabalhou nos EUA e foi lá que teve acesso ao mundo de investimentos em tecnologia, originando o embrião da Cloud9.
Naquele ecossistema, a gestora teve a oportunidade de conhecer o que ela considera como dois extremos: empresas que já tinham muito acesso ao capital e empreendedores que eram muito bons, mas que ainda não estavam recebendo investimentos.
“A Cloud9 busca esse perfil de empreendedor que é bom de execução, está à frente de uma empresa que já passou da fase de rebentação, mas que não teve acesso a investimentos de outros fundos. Procuramos modelos de negócio bons e escaláveis”, resume Stern.
Hoje, a empresa tem interesse em investir entre 8 a 10 empresas, mas com um perfil diferente do que é mais comum na indústria. “Para a construção do nosso portfólio, olhamos companhias que ninguém está olhando. Isso propicia excelentes negócios, a preços descontados e com imenso potencial de crescimento”, explica.
Empresas fora do hype
Com foco na diversificação, a empresa tem como objetivo ajudar a criar novos negócios, saindo do eixo Rio-São Paulo.
“Ajudamos essas empresas na composição de um time de pessoas estratégicas que podem levar a companhia mais longe. Também, ajudamos na estruturação de métricas financeiras para que seja possível mostrar o real potencial do ativo”, reforça.
Nesse sentido, a Cloud9 aposta na verticalização dos negócios, permitindo às empresas investidas a encontrarem outros upsides de monetização. Outra atuação possível é a consolidação de M&As para mercados em que essa estratégia faz sentido.
“Em virtude dessa atuação mais dedicada, trabalhamos com poucas empresas, dentro de um portfólio mais concentrado, somos um ‘late stage company builder’. Queremos preparar essas companhias para o futuro”.
No mapa da Cloud9 estão empreendedores que ainda não tiveram acesso a grandes investimentos. São empresas, que iniciaram a trajetória a partir de family offices e investidores anjos e mostram habilidade e competência de gestão para a expansão dos negócios. “Podemos ajudar essas empresas a ir para um próximo nível”, aponta Noah Stern.
Tal estratégia geográfica visa uma menor competição com outros fundos, ao mesmo tempo, revela oportunidade de investimento em empresas com excelente potencial de escalagem dos negócios.
“Das 600 a 700 empresas que passaram por nós até o final de 2021, 50% foram deals proprietários nossos. Criamos relacionamento e o negócio evoluiu”, comenta a gestora.
O cheque médio (tamanho do investimento) da Cloud9 é de 35 a 40 milhões de reais. O investimento mínimo é de 20 milhões, podendo subir até 150 milhões.
Portfólio com forte potencial de expansão
A Clinicorp, localizada em Jaraguá do Sul-SC, é uma empresa de software de gerenciamento de clínicas odontológicas e de beleza, que até então, só tinha recebido investimento anjo. Contudo, seu mercado de atuação revela um enorme potencial no Brasil.
“A empresa vem tracionando bem, crescendo perto dos três dígitos. O produto já é provado no mercado, estamos agora expandindo a base de cliente, integramos novos produtos e, também, elementos de marketplace para o fornecimento de produtos dentários. A tese é dominar outras avenidas de crescimento no Brasil”, comenta.
Investimentos em 2023
De acordo com a gestora, o ano de 2023 vem apresentando um pipeline de investimento bastante aquecido. “Em 2022, aguardamos a correção dos excessos do mercado que se apresentou nos últimos anos. Já para 2023, o pipeline está mais aquecido e em breve anunciaremos mais um deal”, avisa.
Pipo Capital e a Cloud9
A PIPO Capital é uma gestora de ativos focada no negócio Growth Equity, estruturada no Venture Capital.
O Fundo tem o objetivo de servir como uma ponte aos empreendedores – que se destacam no Brasil e América Latina – a um capital vindo de investidores sofisticados, capazes de fornecer melhores condições de negociação e coinvestimentos com os fundos mais renomados do mundo.
Para os gestores do PIPO, o empreendedorismo está em um ponto de inflexão no Brasil, representando uma grande oportunidade para esses investidores.
“Com o alto número de empresas de tecnologia alcançando saídas sólidas e consideráveis nos últimos meses e um conjunto de empreendimentos em amadurecimento ultrapassando o ‘Vale da Morte’ do ciclo de estágio inicial, ficou claro que estamos diante de uma grande oportunidade para apoiar o próxima etapa dos vencedores no espaço tecnológico”, destacou Gustavo Ahrends, co-fundador da PIPO Capital, durante o anúncio do primeiro investimento do Fundo.
A estreita interação da PIPO Capital com empreendedores e investidores como escritórios familiares e empresas de ações, permitiu identificar uma lacuna, que ele classifica como um “enorme silo nos mercados de capitais”.
“Embora houvesse sinergias claras entre esses dois grupos, nenhum player dedicado os conectava”, resume sobre a criação do fundo.
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Venture Capital no Brasil: a composição do portfólio da PIPO
Francco Marchetti, sócio-fundador da PIPO Capital, ressalta que existem hoje no Brasil mais de 300 fundos de Venture Capital. Para construir seu portfólio, o PIPO mantém um relacionamento próximo com os principais deles.
“Dividimos nossa atuação em quatro blocos de investimentos, sendo o primeiro ‘early stage’ (estágio inicial), que é subdividido entre gestores emergentes e já estabelecidos. A segunda vertical, o ‘late stage’ (empresas mais maduras) funciona subdividida da mesma forma. Outra parte dos investimentos do fundo é direcionada para empresas mais estabelecidas”, explica.
Astella recebe primeiro investimento
O primeiro investimento do PIPO Capital I foi anunciado no final de 2022, a alocação foi feita na Astella e o montante foi de R$ 4,8 milhões.
A divulgação foi marcada por uma live da qual participaram os co-fundadores da PIPO Capital, Francco Marchetti e Gustavo Ahrends; Edson Rigonatti, co-fundador da Astella e Mariana Izaac, head de Sales da EQI Asset.
Na oportunidade, os investidores puderam conhecer mais sobre o ecossistema de Venture Capital no Brasil, a evolução da Astella até se tornar um dos principais fundos de investimentos do país e o atual momento do mercado de tecnologia.
Para Francco Marchetti, co-fundador da PIPO Capital, diante da oportunidade de mercado que despontou nos últimos anos, a escolha da Astella para a gestão do primeiro investimento não poderia ter sido mais certeira.
“A experiência vale muito neste atual momento do mercado. A Astella é um dos primeiros fundos de Venture Capital do Brasil, com mais de 10 anos de mercado. Um dos fundos de melhor ‘track record’ (histórico) da indústria brasileira, com uma filosofia fundamentalista, playbook focado em números e tração do negócio, além de métricas”, justifica Marchetti.