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Mercado de crédito estruturado vive transformação e ganha protagonismo, afirma João Câmara, da Apuama

Mercado de crédito estruturado vive transformação e ganha protagonismo, afirma João Câmara, da Apuama

O mercado de crédito estruturado no Brasil passa por um momento de transformação profunda, consolidando-se como um dos segmentos mais dinâmicos e promissores do mercado financeiro. Com crescimento acelerado, sofisticação nas estruturas e apetite crescente de investidores, esse tipo de investimento vem ganhando protagonismo na diversificação de portfólios e na oferta de crédito fora do sistema bancário tradicional.

De acordo com João Câmara, head de Relações com Investidores da Apuama Capital, “o mercado de crédito estruturado vive um momento de transformação e de elevação de protagonismo”.

“Ele vai além da simples desintermediação bancária: organiza, securitiza e oferta ao investidor estruturas baseadas em direitos creditórios — como duplicatas, recebíveis de cartão, contratos de arrendamento, precatórios e outras formas de crédito”.

João Câmara: head de RI da Apuama fala sobre o mercado de crédito estruturado
João Câmara. Foto: Divulgação/Apuama

O que é o mercado de crédito estruturado

De forma didática, o crédito estruturado consiste em operações que transformam recebíveis ou fluxos futuros em investimentos acessíveis a investidores. Na prática, o gestor de um fundo compra direitos creditórios — ou seja, valores a receber de empresas — e os organiza dentro de uma estrutura jurídica e financeira (como um FIDC, Fundo de Investimento em Direitos Creditórios).

Imagine um lojista que vendeu um produto parcelado em 12 vezes, mas precisa de liquidez imediata. Um fundo de crédito estruturado pode comprar esses recebíveis à vista, com um pequeno deságio, e assumir o fluxo de pagamentos mensais. Essa dinâmica permite ao empresário antecipar caixa e ao investidor participar de uma operação de crédito com retorno ajustado ao risco.

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Segundo dados da Uqbar, a indústria de FIDCs ultrapassou R$ 800,7 bilhões em patrimônio líquido em agosto de 2025, um salto de 47% em relação ao ano anterior.

“Esse crescimento reflete tanto a busca das empresas por fontes alternativas de financiamento quanto o apetite dos investidores por diversificação e rentabilidade acima da renda fixa tradicional”, destaca Câmara.

Por que o crédito estruturado ganha força no Brasil

Câmara explica que o avanço do mercado de crédito estruturado é sustentado por alguns vetores claros de crescimento:

  • Expansão contínua: Em um cenário de juros elevados e restrição no crédito bancário, o crédito estruturado se consolida como alternativa relevante de financiamento.
  • Sofisticação das operações: “Os investidores exigem mais transparência, padronização e due diligence robusta. Estruturas bem feitas e com governança sólida tendem a atrair cada vez mais capital institucional”, observa.
  • Atratividade ao investidor: Com rentabilidades que podem superar o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), desde que o risco seja bem controlado, os FIDCs oferecem prêmios atrativos e boa diversificação de portfólio.
  • Desafio da liquidez: Apesar do avanço, Câmara lembra que é essencial atenção à liquidez e à qualidade dos ativos: “Nem todo FIDC é igual. O veículo é o contêiner, mas o que realmente importa é o ativo-lastro, a governança e o domínio da gestora sobre a operação.”

O papel do crédito estruturado no portfólio do investidor

O crédito estruturado ocupa uma posição estratégica entre a segurança da renda fixa tradicional e o dinamismo do crédito privado.

“Os FIDCs, quando bem estruturados, proporcionam diversificação e mecanismos de proteção, como cotas subordinadas que absorvem as primeiras perdas. É um investimento que pode estar presente em qualquer carteira, desde que alinhado ao perfil de risco do investidor”, explica o executivo.

A analogia com os fundos imobiliários ajuda a entender: enquanto os Fundos Imobiliários (FIIs) investem em imóveis físicos, os FIDCs investem em créditos financeiros. Há diferentes tipos — desde operações multicedente/multisacado até consignado público ou recebíveis de cartão —, permitindo ao investidor escolher estratégias específicas conforme seus objetivos e horizonte de investimento.

Como escolher um fundo de crédito estruturado

A seleção de um bom fundo de crédito estruturado exige diligência e análise técnica. Na Apuama Capital, o processo é criterioso e multidimensional.

Entre os principais fatores destacados por João Câmara estão:

  1. Diversificação e pulverização: Fundos com milhares de devedores e valores médios controlados reduzem o impacto de inadimplência.
  2. Estrutura de subordinação: “Nosso fundo Apuama Yara FIC FIDC, por exemplo, investe em cotas sêniores e mezanino com níveis de proteção entre 10% e 50% do patrimônio líquido”, detalha.
  3. Parcerias com originadores experientes: A gestora prioriza parceiros com histórico consistente em nichos específicos, como consignado e multicedente.
  4. Governança e compliance: Estruturas com administradoras top tier, controle de risco e acompanhamento contínuo do portfólio.
  5. Alinhamento com o perfil do investidor: “O crédito estruturado é acessível, mas precisa respeitar o apetite de risco e o horizonte de cada investidor”, reforça Câmara.

Riscos e cuidados ao investir

Apesar das oportunidades, é fundamental compreender os riscos associados a esse tipo de investimento — especialmente o risco de crédito e a menor liquidez. Diferente da renda variável, o principal risco aqui está na capacidade do fundo de receber os créditos adquiridos.

Por isso, a experiência da gestora é determinante: “Investir em crédito estruturado exige conhecimento técnico e acompanhamento próximo. É essencial avaliar a qualidade do gestor, o histórico dos originadores e o comportamento do fundo em cenários adversos”, ressalta o executivo.

Vale participar do mercado de crédito estruturado?

O mercado de crédito estruturado se consolida como uma das principais fronteiras de crescimento do sistema financeiro brasileiro. A combinação de inovação, governança e diversificação torna essa classe de ativos cada vez mais relevante — tanto para investidores que buscam retorno superior ao CDI quanto para empresas em busca de novas fontes de liquidez.

“Estamos diante de um mercado em ascensão, que exige disciplina, transparência e domínio técnico. Para quem sabe operar com rigor e governança, as oportunidades são expressivas”, conclui João Câmara.

Apuama Capital: especialização, expansão e governança

Da esquerda para a direita, Caio Roliz, diretor de Riscos e Compliance, Francisco Pac, diretor de Crédito, e Rodrigo Falcão, diretor de Gestão

Fundada em 2018, a Apuama Capital nasceu como uma boutique de crédito estruturado, unindo flexibilidade operacional e rigor técnico. O nome, de origem tupi-guarani, significa “que tem correnteza” — símbolo do dinamismo que marca a atuação da gestora.

Com R$ 1 bilhão sob gestão e 12 fundos ativos, a empresa tem no Apuama Yara FIC FIDC seu principal produto, que atingiu em outubro R$ 400 milhões em patrimônio líquido, rentabilidade de 116% do CDI no ano e 137% desde o início.

Entre as estratégias, destacam-se fundos multicedente/multisacado, crédito consignado público e, mais recentemente, o Apuama Apoena Precatórios, lançado em 2025, voltado à aquisição de créditos judiciais com retornos estimados acima do CDI + 5,5%.

A gestora é liderada por Rodrigo Falcão (CGA), diretor de gestão e ex-Rio Bravo, Itaú e ICAP, com mais de 20 anos de experiência.

“Nosso diferencial é a profundidade analítica. Para cada 20 originadores avaliados, apenas um avança no processo de estruturação”, afirma Câmara.

Com foco exclusivo em crédito estruturado, a Apuama mantém um compromisso com transparência, alinhamento de interesses e performance sustentável.

“Investimos nosso próprio capital nos mesmos produtos que oferecemos. Estar do mesmo lado do cliente é o que guia nossas decisões”, conclui o executivo.

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