O Fundo Verde, administrado por Luis Stuhlberger, está atualmente vendido na Bolsa de Valores brasileira, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira (11). Essa é a primeira vez desde 2016 que o fundo adota essa estratégia, o que reflete uma aposta na queda do mercado.
A decisão acontece em um momento de crescente questionamento sobre o compromisso fiscal do governo brasileiro. A Verde Asset, gestora do fundo, destacou que essa decisão foi tomada devido à crescente preocupação com a política fiscal do país.
Na nota aos investidores, o fundo afirmou que a “nesga de credibilidade fiscal que restava ao atual governo foi jogada fora”, e apontou que a política econômica está sem direção, com o Banco Central sendo a única instituição a tentar controlar a inflação, embora com a sombra do risco de uma “dominância fiscal”.
Estar “vendido” ou em posição “short” significa que o fundo está se posicionando contra o desempenho das ações brasileiras, ou seja, aposta na desvalorização do mercado.
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Fundo Verde: reação ao cenário atual
Essas declarações seguem o cenário já apontado por Stuhlberger em setembro, quando o gestor informou que estava reduzindo sua exposição à Bolsa brasileira devido a “fundamentos preocupantes”. Naquele momento, ele afirmou que estava aproveitando a movimentação do mercado para vender parte de suas ações, principalmente nos setores cíclicos domésticos, e iniciar operações de hedge, resultando na menor exposição do fundo à bolsa desde 2016.
Stuhlberger se referiu ao cenário atual como um retorno à “era da política pública feita fora do Orçamento”. Dentre os principais “fundamentos preocupantes” citados pelo fundo, a condução fiscal do país foi destacada como um dos mais relevantes.
Stuhlberger reestrutura equipe
Em setembro, a Verde Asset Management anunciou a demissão de 14 funcionários, reduzindo sua equipe de 74 para 60 pessoas, segundo fontes próximas ao assunto em reportagem do Brazil Journal.
Entre as principais alterações, vários traders foram desligados, e o time de pesquisa econômica passou por uma reformulação. O book de trading sistemático foi encerrado, e Stuhlberger assumiu a gestão de um dos books de moeda e juros, aumentando sua responsabilidade para 80% do risco do fundo, em comparação aos 70% anteriores.
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