O BTG Pactual (BPAC11) anunciou um acordo com a gestora global Janus Henderson Investors para trazer ao Brasil um fundo de alocação internacional voltado para investidores institucionais. A iniciativa busca atender à crescente demanda de fundos de pensão e regimes próprios de previdência social (RPPS) por diversificação no exterior.
Segundo Will Landers, chefe da área de distribuição de terceiros do BTG, muitos investidores institucionais desejam uma carteira customizada que inclua ativos globais, mas enfrentam barreiras como a desvalorização do real e o tamanho das carteiras locais. “Dada a desvalorização da moeda e o tamanho das carteiras locais dos fundos de pensão e RPPS, muitos não têm tamanho suficiente para atrair um mandato exclusivo com gestores internacionais”, disse Landers segundo informações do Valor.
O fundo distribuído pelo BTG funcionará no modelo “feeder”, investindo em um portfólio diversificado da Janus Henderson, que inclui estratégias de ações, renda fixa, moedas e commodities, além de derivativos para reduzir oscilações bruscas. A exposição será em dólar, sem hedge para o real.
Desafios e oportunidades para a alocação internacional
A Selic em 13,25% ao ano e o rendimento atrativo das NTN-Bs tornam a migração para ativos internacionais um desafio. Landers reconhece a dificuldade de convencer investidores a diversificarem suas carteiras fora do mercado doméstico, mas ressalta que “a razão de os juros estarem altos não são boas”, referindo-se às incertezas fiscais do país.
A recomendação do BTG é que os investidores institucionais busquem alocar parte de seus recursos no exterior para mitigar riscos. “O aconselhável é colocar a porcentagem que seja em alocação internacional e tentar chegar aos 10% que o institucional pode ter”, afirmou Landers. A meta do banco é captar pelo menos R$ 100 milhões neste ano com o novo fundo.
Antes da pandemia, os “feeder funds” de gestoras globais no Brasil chegaram a reunir cerca de R$ 34 bilhões, mas hoje esse montante caiu para aproximadamente R$ 12 bilhões. No BTG, essa parcela soma atualmente R$ 750 milhões.
A parceria com a Janus Henderson também abre portas para que investidores institucionais brasileiros tenham acesso à equipe global da gestora, que tem presença em 25 países e ações listadas nos Estados Unidos.
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