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Fundos de previdência têm captação negativa recorde

Fundos de previdência têm captação negativa recorde

Os fundos de previdência privada aberta enfrentam um dos períodos mais difíceis de sua história. Entre janeiro e setembro de 2025, o setor acumulou captação negativa de R$ 31,6 bilhões, o pior resultado da série histórica da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), iniciada em 2002.

No mesmo intervalo de 2024, o cenário era oposto: a indústria havia registrado entrada líquida de R$ 32 bilhões, refletindo um ambiente mais favorável aos aportes e maior confiança dos investidores no segmento.

A reversão brusca é atribuída principalmente ao decreto do governo federal que instituiu a cobrança de IOF de 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil em 2025 e R$ 600 mil em 2026 em planos do tipo Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). A medida afetou diretamente o público de alta renda, que costumava realizar grandes aplicações nesses fundos para aproveitar a tabela regressiva do Imposto de Renda.

Captação negativa se intensifica com incertezas e juros altos

A sequência de alterações no decreto do IOF contribuiu para aumentar a insegurança dos investidores. O texto original, publicado em maio, foi modificado em junho, sustado pelo Congresso Nacional e posteriormente revalidado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julho.

Essa instabilidade regulatória fez com que muitos investidores adiassem ou cancelassem novos aportes, ampliando o movimento de resgates.

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Além disso, o ambiente de juros elevados tem comprimido o orçamento das famílias, reduzindo a capacidade de poupança de longo prazo.

Paralelamente, a concorrência de produtos isentos de imposto de renda, como as debêntures incentivadas, tem atraído parte do capital que antes era direcionado aos fundos de previdência.

Setor de fundos de previdência busca alternativas após retração

Com o cenário adverso e a captação negativa persistente, gestoras e seguradoras têm revisto suas estratégias em busca de fôlego para o setor. A prioridade agora é ampliar a presença no varejo e fortalecer a previdência corporativa, áreas vistas como fundamentais para diversificar o público e reduzir a dependência dos grandes investidores.

Além disso, as instituições têm apostado no chamado “rouba monte” — movimento em que bancos e gestoras disputam clientes e recursos de concorrentes, especialmente das instituições que ainda concentram a maior parte dos investimentos em fundos de previdência privada.

A expectativa é que uma eventual queda dos juros e maior clareza nas regras tributárias possam restabelecer a confiança dos investidores e estimular novas aplicações em 2026, após um ano de forte retração no mercado de fundos de previdência.