O ano de 2024 terminou com um gosto amargo para algumas classes de ativos, como ações e Fundos Imobiliários (FIIs). Esse cenário mais restritivo trouxe preocupações sobre as melhores estratégias de investimento para o novo ano.
Para abordar essas questões e entender quais são os melhores investimentos em 2025, a EQI Research realizou sua primeira live do ano, trazendo uma análise detalhada sobre diversos temas – desde o mercado de ações até Renda Fixa e Fundos Imobiliários (FIIs).
O foco foi apresentar estratégias recomendadas para enfrentar um 2025 que promete ser desafiador, mas também repleto de oportunidades.
A conversa contou com a participação dos especialistas: Felipe Reis, estrategista de ações; João Neves, analista de Renda Fixa; e Carolina Borges, head da EQI Research.
Confira os destaques da live e as principais recomendações para este ano.
Cenário de ações: estratégia defensiva e dividendos
Felipe Reis explicou que devido a instabilidade do final do ano que efetuou mudanças significativas na carteira entre novembro e dezembro de 2024.
“Retiramos vários nomes mais arriscados e incluímos empresas defensivas, com lucros crescentes e bom histórico de pagamento de dividendos. Também adicionamos empresas com receita em dólar, aproveitando a desvalorização recente do real“, afirmou.
A carteira, que se manteve quase inalterada em janeiro, é composta por pesos pesados como Itaú ($ITUB4) e Petrobras ($PETR4), cada um com 15% de alocação. Em seguida, com 10% de peso, estão Gerdau ($GGBR4), Copel ($CPLE6), PRIO ($PRIO3), Sabesp ($SBSP3), JBS ($JBSS3) e Porto ($PSSA3). Por fim, Eletrobras ($ELET3) e Banco do Brasil ($BBAS3) representam 5% cada.
“Continuamos vendo o Itaú com resultados robustos. É um momento propício para se beneficiar dos dividendos extraordinários que o banco deve anunciar até março“, destacou Reis sobre o potencial do Itaú.
Outro destaque foi a Petrobras, ligada ao setor de petróleo, que deve se beneficiar da tensão geopolítica global, especialmente com a posse de Donald Trump nos EUA.
“O preço do barril voltou aos níveis de US$ 77 e US$ 78, e acreditamos que a volatilidade geopolítica favorece empresas como PRIO, cuja receita é 100% em dólar”, comentou Reis. Ele ainda projetou um ano de expansão para a PRIO, que deve atingir 150 mil barris diários em produção graças a novos campos operacionais.
Entre os demais nomes, o estrategista ainda destacou que a Sabesp aparece como uma aposta na melhoria de eficiência pós-privatização, enquanto JBS se destaca por sua diversificação e forte presença internacional.
Já a Porto, por ser uma seguradora, tende a se beneficiar de uma Selic elevada, que aumenta o rendimento das reservas técnicas. “Essa diversificação e desempenho financeiro tornam esses ativos escolhas seguras no momento“, completou o analista.
Apesar das oportunidades, Reis chamou atenção para o fluxo estrangeiro na bolsa brasileira, que em 2024 apresentou saldo negativo de cerca de R$ 32 bilhões. “O Brasil não está entre os mercados preferidos pelos investidores estrangeiros. Além disso, temas quentes como tecnologia e inteligência artificial desviam o interesse para os EUA“, explicou.
“Competimos com ativos globais. O apetite ao risco para investir aqui tem diminuído, em grande parte pelos problemas internos e falta de teses atrativas“, complementou João Neves.
E os FIIs? Para Carolina Borges, 2025 será o ano do carrego
Carolina Borges, head da EQI Research, definiu 2025 como “o ano do carrego” para os fundos imobiliários.
“É um período para construir portfólios com horizonte de longo prazo, especialmente no primeiro semestre, que será desafiador”, afirmou.
Apesar do terceiro pior desempenho histórico do Ifix em 2024, Borges destacou fundamentos positivos, como a queda do custo de ocupação em shoppings e o aumento da ocupação de lajes corporativas.
“É importante entender os fundamentos. Por que investimos em FIIs? Porque buscamos a renda proveniente dos contratos de aluguel dos fundos de tijolo ou da renda do crédito imobiliário dos fundos de papel. Quando olhamos para essas fontes de renda, observamos que a geração de caixa da maioria dos ativos que acompanhamos superou a inflação do período. Também vimos uma queda no custo de ocupação, especialmente em shopping centers, e um aumento na ocupação em diversos setores, incluindo lajes corporativas”, contextualizou a head da EQI Research, que também é especialista em FIIs.
Entretanto, ela alertou para os riscos: “Os preços caem porque há um risco de a tendência positiva não se estabilizar, especialmente com os juros elevados, que pressionam os resultados das empresas e afetam a operação dos fundos imobiliários.”
Mesmo assim, Carolina Borges acredita que os fundos estão baratos e representam uma boa oportunidade para quem busca renda recorrente. embora ela pede para os investidores ficarem atentos da possível manutenção da tendência de queda dos ativos.
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Renda Fixa: estratégia de equilíbrio
No cenário de renda fixa, João Neves ressaltou que o aumento do risco da dívida brasileira tornou dezembro de 2024 surpreendentemente difícil.
“A taxa Selic foi elevada em um ponto percentual, com a promessa de mais dois aumentos até março, o que levará a Selic a 14,25%“, disse. Segundo ele, essa postura mais dura do Copom causou uma forte reação do mercado. “A curva de juros teve um aumento significativo, com o mercado precificando uma Selic que pode chegar a 17% no final de 2025.“
Para lidar com esse ambiente, Neves recomendou uma carteira equilibrada. “Mantive alocação em prefixados, que podem gerar ganhos de capital caso o cenário melhore, e aumentei a exposição a pós-fixados, que sofrem menos em cenários de deterioração e permitem melhor reposicionamento futuro.”
Considerações finais
Os especialistas da EQI Research concordam que 2025 será um ano de desafios, mas também de oportunidades para investidores bem posicionados. Com estratégias equilibradas e foco no longo prazo, ativos defensivos, setores resilientes e uma visão clara sobre os fundamentos de cada mercado podem ser a chave para navegar a complexidade do cenário econômico global e doméstico.
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