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Vieses comportamentais e investimentos: o quanto o psicológico está afetando os seus resultados?

Vieses comportamentais e investimentos: o quanto o psicológico está afetando os seus resultados?

Aqueles que investiram em papéis como Oi ($OIBR3) e Americanas ($AMER3), e observaram o temporal feio com a queda das Ações após as crises das companhias, sofreram. Alguns, por estarem aflitos, venderam os papéis. Outros, preferiram segurar e “pagar para ver”. Mas qual o comportamento correto? Os vieses comportamentais e investimentos estão sempre lado a lado e quem pensa que lidar com finanças é usar apenas de racionalidade, muito se engana.

Os vieses comportamentais podem ser observados em momentos corriqueiros na vida do investidor: naquela vontade “nervosa” de vender o ativo quando o papel começa a cair, ou naquela sensação de que falta algo quando todo mundo está comprando um ativo e indicando ser ele o melhor, mas você está de fora ainda.

E é totalmente “inconsciente”: a pessoa lida com seus investimentos no impulso, muitas vezes, já sabendo que deveria tomar uma decisão mais pensada.

Todas essas tomadas de decisões e imediatismo são explicados pelas finanças do comportamento, um campo econômico que busca estudar os vieses comportamentais e investimentos e sua relação dentro da mente humana. Acompanhe!

O que são vieses comportamentais?

Os vieses comportamentais são crenças, tendências ou princípios que todos têm. São desvios sistemáticos ou atalhos mentais, como também são conhecidos, e culminam em um julgamento antecipado e uma percepção equivocada durante uma tomada de decisão.

Os vieses comportamentais se manifestam em decisões inconsistentes, tomadas pela emoção. Esses vieses afetam diversas áreas, como as finanças pessoais, mas também questões ligadas a saúde, relações sociais e profissionais etc.

Muitas vezes, essas decisões são rápidas, sem um pensamento com calma e racionalidade, sem esforços. O que às vezes pode gerar consequências boas ou ruins, já que não possuem um fundamento racional.

O que tem a ver vieses comportamentais e investimentos?

Tudo! Para tomar boas decisões financeiras, é muito importante estar no seu eixo e analisar cada compra e venda que fará no mercado financeiro. Mas afinal, quais são esses tipos de vieses comportamentais tão falados? Confira alguns deles.

  • Viés de confirmação: Tendência de buscar e lembrar informações conforme as próprias crenças ou hipóteses preexistentes, ignorando ou maximizando informações que contradizem essas crenças;
  • Efeito de ancoragem: Tendência de confiar de olhos fechados nas primeiras informações recebidas na hora de tomar uma decisão, mesmo que sejam irrelevantes ou pouco confiáveis;
  • FOMO: O efeito manada ou Fear Of Missing Out (FOMO), em tradução livre “medo de perder algo”, é a tendência de tomar para si mesmo comportamentos ou decisões de um grupo, sem ter uma escolha independente;
  • Aversão à perda: Tendência de preferir evitar perdas do que obter ganhos equivalentes. Isso leva as pessoas a manterem riscos para evitar olhar as perdas percebidas;
  • Excesso de confiança: Tendência de superestimar as habilidades, conhecimentos ou previsões futuras, levando a decisões arriscadas;
  • Viés de atribuição: É a atribuição dos nossos sucessos às próprias habilidades e esforços, enquanto atribuímos nossos fracassos a fatores externos, como sorte ou circunstâncias;
  • Viés de retrospectiva: Tendência de ver eventos passados como sendo mais previsíveis do que realmente eram antes de terem acontecido;
  • Viés de autosserviço: Esse viés é aquele em que a pessoa gosta de levar o crédito por seus resultados positivos, quando estes são negativos, ela culpa terceiros;
  • Efeito de Bandwagon: Similar ao efeito manada, o efeito Bandwagon é justamente o adotar comportamentos ou crenças de terceiros e anular o pensamento critico individual;
  • Viés de familiaridade: Conhecer o produto, ter familiaridade, e querer investir novamente, mas ganhos passados não garantem ganhos futuros;
  • Viés do ponto cego: Este representa a incapacidade de enxergar os vieses em si mesmo, mas enxergar sempre nos outros.

Vieses comportamentais: como a Riley, de “Divertidamente”

No filme “Divertidamente“, Riley, uma garota de 11 sofre com suas emoções após mudar para uma nova cidade. O enredo do longa se baseia na sala de controle das emoções no cérebro da garotinha com as emoções e personagens Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Repulsa.

Mas o que Divertidamente tem a ver com os vieses comportamentais e investimentos? Tudo! O filme produzido pela Pixar traz exatamente isso: como a garota age a partir do estímulo de cada emoção em seu cérebro. Calma, vamos entender melhor como isso pode funcionar também no cérebro de um adulto ‘racional’, ou não.

Por exemplo, tudo aquilo que nos incomoda financeiramente gera um incêndio em nosso cérebro, seja raiva ou ansiedade, quando essas emoções, ou aflições são ativas, pode causar estragos.

Imagine: você está triste e sem fome, mas insiste que precisa parar na padaria e comprar aquele chocolatinho só para se sentir melhor. Mas isso não faz sentido se você não está com fome.

Transpondo para o mercado financeiro: acontece um acidente em uma barragem, e você, por exemplo, tem na carteira Vale ($VALE3). O primeiro pensamento é querer a venda imediata dos papéis para não tomar prejuízo.

Com alterações fisiológicas, as emoções fazem o ser humano tomar decisões financeiras que em 99,9% das vezes se tornam um arrependimento. Afinal, foi um impulso, não é mesmo?

Mas há também exemplos de quando acontece o oposto. Imagine que você investiu na Amazon (AMZN; $AMZO34) e a companhia teve um “boom” de vendas, saltando com máximas nos ativos nas últimas semanas. Você, então, só pensa: “essa ação vai subir”, mas não analisa mais a fundo e não vê que a euforia, na verdade, já passou, e a tendência, agora, é de queda.

A felicidade explode, o coração bate mais rápido e aquece tudo com a alegria de ter o bolso cheio, seja com lucro, bonificação, dividendos… você se anima tanto que não quer largar mais o papel da sua carteira e até cogita comprar mais ativos.

Entretanto, o ponto ideal é sempre trabalhar com seus ativos em carteira tentando ser racional, sem apegos, sem emoções, à de análises bem fundamentadas e o mais calculista possível. Assim, é possível chegar em um meio termo com bons investimentos, um portfólio sólido e um emocional estabilizado, com bolso cheio! Além disso, sem prejuízo e sem tantos riscos mercadológicos imprevisíveis.

Quem começou com a teoria?

Pai da economia comportamental, Daniel Kahneman foi quem trouxe à tona o tema dos vieses comportamentais nos investimentos.

Para além do perfil do investidor centrado, analítico e racional, Kahneman explora a Teoria do Prospecto. Nela, ele observa que, além do racional, o homem também atua fortemente com seu emocional.

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