A sucessão patrimonial em grandes conglomerados empresariais é um desafio que exige planejamento estratégico e visão de longo prazo. No Brasil, um dos casos mais recentes e emblemáticos é o do Grupo Silvio Santos, fundado pelo empresário e apresentador Silvio Santos. Com a idade avançada do fundador, a transição do comando do grupo começou anos antes do falecimento dele, ocorrido no sábado (17).
O Grupo Silvio Santos, que inclui empresas como o SBT e a Jequiti, além do Baú da Felicidade, a empresa de construção Sisan, entre outras, vem sendo gerido por suas filhas, tendo cada uma em uma função diferente. A transição feita de forma gradual, demonstrou uma preocupação cuidadosa do apresentador para garantir a continuidade dos negócios da família Abravanel.
A filha mais nova de Silvio, Renata Abravanel, é formada em Administração de Empresas e com MBA nos Estados Unidos. Ela tem sido vista como uma líder apta a dar sequência ao legado de seu pai, pois assumiu há alguns anos a presidência do Conselho de Administração da holding fundada por seu pai no fim dos anos 50.
Sucessão patrimonial: outros cases de sucessos
Outro exemplo de sucessão bem-sucedida é o da Ambev ($ABEV3), onde a cultura de formar lideranças internas garantiu a continuidade do sucesso da empresa após a saída de seus fundadores. A companhia é conhecida por seu modelo de gestão que foca na meritocracia e na formação de executivos capazes de dar seguimento à estratégia de crescimento da empresa, independentemente de quem está no comando.
O Grupo Gerdau ($GGBR4) também mostra uma transição bem-sucedida. A empresa, que estava sob o controle da família Gerdau Johannpeter desde a sua fundação, passou por um processo de sucessão planejado, onde a família manteve o controle, mas com uma gestão profissionalizada.
André Gerdau Johannpeter, que esteve à frente do grupo até 2018, foi sucedido por Gustavo Werneck, o que assegurou a continuidade da cultura organizacional e do desempenho financeiro da companhia.
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Outro exemplo de sucessão patrimonial bem-sucedida no Brasil é o do Grupo Votorantim. Fundado por Antônio Ermírio de Moraes, o grupo passou por uma transição ordenada para a terceira geração da família. A sucessão foi cuidadosamente planejada, com a implementação de um conselho familiar que define as diretrizes da gestão e garante a preservação dos valores e da visão do fundador.
Outro exemplo emblemático é o do Banco Itaú ($ITUB4), cuja história de sucessão patrimonial é marcada pela união e pela profissionalização da gestão. Fundado em 1945, o banco passou por sucessivas transições de liderança dentro da família Setúbal, que sempre buscou manter uma forte governança corporativa. A criação do Itaú Unibanco em 2008, resultado da fusão com o Unibanco, foi conduzida pelos herdeiros de ambas as famílias.
GPA (PCAR3) e Lojas Renner (LREN3)
O Grupo Pão de Açúcar – GPA ($PCAR3), fundado por Valentim dos Santos Diniz, também oferece um bom exemplo de sucessão patrimonial. A transição para o comando de seu filho, Abílio Diniz, foi marcada pela expansão e modernização da rede de supermercados. Abílio Diniz foi responsável por transformar o Pão de Açúcar em uma das maiores redes de varejo do Brasil até sua saída do grupo no começo da década de 2010.
A parceria estratégica com o grupo francês Casino foi um marco importante nessa trajetória, permitindo que a empresa continuasse crescendo mesmo após a saída de Abílio da liderança.
A Lojas Renner ($LREN3), fundada em 1912, é outro exemplo. A empresa, que começou como uma pequena loja de tecidos em Porto Alegre, cresceu sob a liderança da família Renner, passando por várias gerações. O planejamento sucessório incluiu a profissionalização da gestão e a abertura de capital na Bolsa de Valores.
A família conseguiu manter a identidade da marca e o foco no cliente, enquanto expandia a rede de lojas por todo o Brasil. A transição para a nova geração foi feita de maneira estruturada, permitindo que a Renner se tornasse uma das maiores varejistas de moda do país.
O que é sucessão patrimonial?
A sucessão patrimonial, também conhecida como planejamento sucessório, é o processo de transferir a propriedade e a gestão dos ativos de uma pessoa para seus herdeiros ou sucessores, de acordo com desejos e objetivos do detentor.
O primeiro passo essencial é iniciar o processo de planejamento sucessório o mais cedo possível, a fim de esclarecer todas as questões e impasses que possam surgir. Muitas pessoas adiam essa tarefa importante, o que pode levar a complicações no futuro.
Reunir a família para discutir abertamente sobre o patrimônio, desejos e expectativas é fundamental nessa fase inicial.
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