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Quanto rende a poupança com Selic a 14,75%?

Quanto rende a poupança com Selic a 14,75%?

A decisão recente do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de elevar a taxa Selic para 14,75% ao ano reacendeu um debate importante: quanto rende a poupança nesse patamar e, afinal, é um bom investimento?

Apesar de ser tradicionalmente um dos investimentos mais populares do Brasil, especialmente pela sua simplicidade, isenção de imposto de renda e garantia do FGC, a poupança tem deixado a desejar no quesito rentabilidade. Isso acontece porque sua fórmula de remuneração não acompanha de forma eficaz os ciclos de alta dos juros.

Como funciona a poupança?

Quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, como ocorre atualmente, a regra determina que a poupança pague 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR), que é calculada com base nas taxas praticadas pelas maiores instituições financeiras do país.

Esse modelo resulta em uma rentabilidade anual um pouco acima de 6%, consideravelmente abaixo da própria Selic e de outros produtos conservadores de renda fixa.

Ou seja, mesmo com os juros em alta, os rendimentos da poupança seguem limitados por uma regra defasada. Com isso, o dinheiro depositado ali acaba crescendo em ritmo bem inferior ao de aplicações como o Tesouro Selic, CDBs atrelados ao CDI e até LCIs e LCAs, que são isentas de imposto e muitas vezes oferecem retornos mais competitivos.

Além disso, a inflação torna o cenário ainda menos favorável. Quando os preços sobem mais rapidamente do que os rendimentos da poupança, o dinheiro aplicado acaba perdendo valor no dia a dia. Mesmo que o saldo aumente com o tempo, ele passa a comprar menos do que antes, reduzindo o retorno real do investimento.

Vale a pena investir na poupança?

Diante desse cenário, muitos investidores têm buscado alternativas mais rentáveis e seguras do que a tradicional caderneta de poupança.

Investimentos em renda fixa pós-fixada ganham destaque, principalmente entre aqueles que valorizam segurança, liquidez e previsibilidade de retorno.

Entre as principais opções estão:

  • CDBs (Certificados de Depósito Bancário): emitidos por bancos, esses títulos funcionam como uma forma de emprestar dinheiro à instituição financeira em troca de juros. Muitos CDBs pagam um percentual do CDI, que acompanha a taxa Selic. Alguns oferecem liquidez diária, outros exigem prazos maiores, mas com rentabilidade superior.
  • LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio): também emitidas por bancos, essas aplicações financiam o setor imobiliário e o agronegócio, respectivamente. O grande atrativo é que são isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que aumenta o ganho líquido do investidor.
  • Tesouro Direto (principalmente o Tesouro Selic): títulos públicos federais considerados os ativos mais seguros do país. O Tesouro Selic, por exemplo, acompanha a taxa básica de juros e é ideal para quem busca liquidez diária e proteção em tempos de incerteza econômica.
  • Fundos DI: são fundos de investimento que aplicam majoritariamente em títulos públicos e acompanham de perto a variação do CDI. São interessantes para quem prefere delegar a gestão, mas é preciso atenção às taxas de administração, que podem corroer os rendimentos.
  • Contas digitais remuneradas: oferecidas por bancos digitais, essas contas pagam um percentual do CDI diariamente, com liquidez imediata. Apesar de práticas, é essencial checar se os valores aplicados estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

O que o investidor deve observar?

Ao migrar da poupança para outras alternativas de renda fixa, o investidor deve ficar atento a alguns pontos-chave:

  • Garantia do FGC: CDBs, LCIs e LCAs são cobertos até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos. Diversificar entre emissores é uma forma de reduzir o risco.
  • Liquidez: nem todos os produtos permitem o resgate imediato. Para quem pode precisar do dinheiro a qualquer momento, o ideal é escolher aplicações com liquidez diária, como o Tesouro Selic ou CDBs de resgate rápido.
  • Imposto de Renda: produtos como CDBs e fundos DI estão sujeitos à tabela regressiva do IR, que varia de 22,5% a 15% sobre os rendimentos, dependendo do prazo da aplicação. Já LCIs e LCAs, como dito, são isentas.
  • Cenário econômico futuro: embora o momento atual favoreça aplicações pós-fixadas, que se beneficiam diretamente da alta dos juros, uma possível queda da Selic no médio prazo pode exigir reavaliações na carteira. Nesse caso, títulos pré-fixados ou atrelados à inflação (Tesouro IPCA+) podem ganhar espaço.

No curto prazo, produtos com liquidez e rentabilidade atrelada ao CDI ou à Selic são os mais recomendados. Para o médio prazo, pós-fixados continuam atraentes, mas é fundamental acompanhar os desdobramentos da inflação, do equilíbrio fiscal e das decisões futuras do Banco Central, que podem sinalizar mudanças no ciclo monetário.

Quanto rende a poupança x outros investimentos

Uma simulação com um investimento de R$ 1.000 na poupança durante três anos mostra que o saldo final seria de aproximadamente R$ 1.272,84 em 12 meses. Em contraste, outras aplicações no mesmo período ofereceriam resultados superiores:

  • Tesouro Selic: R$ 1.510,98 (Desconto IR de R$ 76,65 – Ganho líquido de R$ 425,25)
  • CDB – 100% (% CDI): R$ 1.507,03 (Desconto IR de R$ 76,05 – Ganho líquido de R$ 430,98)
  • LCI/LCA – 85% (% CDI): R$1.422,03 (Desconto IR de R$ 0,00% – Ganho líquido de R$ 422,03)
  • Fundo DI – 98,17 (% CDI): R$1.507,03 (Desconto IR de R$ 76,05 – Ganho líquido de R$ 419,65)
  • Poupança – 0,6731 (a.m.): R$ 1.272,84 (Desconto IR de R$ 0,00% – Ganho líquido de R$ 272,84)