A volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos já começa a gerar repercussões globais. Com um histórico de políticas agressivas, especialmente no campo econômico e comercial, as primeiras medidas anunciadas por Trump indicam uma postura protecionista, trazendo impactos tanto para os mercados internacionais quanto para as relações diplomáticas.
Para analisar os primeiros atos de Trump, a EQI+ fez uma série especial de vídeos que analisa as medidas já anunciadas e o que ainda está no campo da retórica, explorando quais os impactos econômicos decorrentes de tais anúncios. Para ter acesso a todos os vídeos, basta baixar, gratuitamente, o aplicativo EQI+ e conferir este e todos os conteúdos exclusivos no app de conteúdo da EQI Investimentos.
Primeiro atos de Trump e impactos globais
Desde sua posse, em 20 de janeiro, Trump tem utilizado tarifas como ferramenta de negociação geopolítica. Entre as medidas já anunciadas estão:
- Colômbia: impôs tarifa de 25% sobre produtos, mas retirou a medida após negociar o retorno dos imigrantes ilegais ao país.
- México e Canadá: tarifas de 25% foram anunciadas e, depois, suspensas por 30 dias, mediante acordos sobre fronteira e tráfico de drogas (fentanil).
- Aço e alumínio: Donald Trump, assinou a imposição de uma tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. A medida afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos para o mercado americano.
- Groenlândia: Trump expressou interesse em comprar a ilha da Dinamarca, que é rica em minerais e estratégica para a defesa do país, em sua avaliação.
- Faixa de Gaza: sugeriu transformar a região em uma “Riviera Americana”, incentivando a saída da população palestina.
Impacto no Brasil e a relação com Lula
As declarações recentes de Lula e Trump indicam uma escalada na retórica diplomática. Lula classificou Trump como alguém “cheio de bravatas”, enquanto o presidente americano ameaçou tributar em 100% qualquer país que avançar na proposta dos Brics para a criação de uma moeda própria.
Felipe Paletta, analista CNPI da EQI Research, ressalta que a tributação brasileira sobre produtos americanos já é elevada em termos relativos, o que pode dificultar ainda mais uma resposta agressiva do Brasil sem que isso afete a própria economia. “A discussão vai ficar muito quente, com mais dois anos de Lula e o início do mandato de Trump. Podemos ter bastante ruído”, afirma Paletta.
Do ponto de vista econômico, há incerteza sobre os efeitos das novas tarifas. O Brasil, por ser uma economia relativamente fechada e exportadora de commodities primárias, pode sentir impactos menos severos.
Segundo estudo do UBS citado por Paletta, o país seria um dos menos afetados entre os mercados emergentes.
O fator geopolítico: Trump e a Faixa de Gaza
Outro tema sensível envolvendo a nova administração Trump é sua visão sobre a Faixa de Gaza. Para Paletta, a política externa americana pode estar diretamente ligada a interesses econômicos na região. “Israel, União Europeia e Egito firmaram um acordo para exploração de gás natural na área de Gaza Marine. Uma eventual intervenção americana poderia fortalecer a influência dos EUA sobre esses recursos energéticos”, explica. Vale explicar, em 1999, a British Petroleum (BP) descobriu um campo de gás offshore a cerca de 30 quilômetros da costa de Gaza, chamado Gaza Marine.
A análise sugere que, assim como em outras regiões ricas em recursos naturais, Trump pode buscar garantir a presença americana para favorecer sua economia. Isso se conecta a movimentos anteriores, como a tentativa de explorar minerais estratégicos na Groenlândia e os acordos de extração de lítio na Ucrânia.
O que esperar do governo Trump?
A estratégia econômica de Trump segue um padrão já visto em sua primeira passagem pela Casa Branca. Ele impõe tarifas elevadas e pressiona adversários comerciais, mas tende a negociar após criar um cenário de incerteza.
O Brasil, apesar de afetado em setores como aço e alumínio, pode ter um impacto menor do que outros países emergentes.
O cenário político e econômico dos próximos anos promete ser marcado por volatilidade e negociações tensas. A relação entre Trump e Lula, além da postura americana em relação aos Brics e à Faixa de Gaza, serão pontos de atenção para os mercados e para a diplomacia global.
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