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Ouro pode chegar a R$ 5 mil?

Ouro pode chegar a R$ 5 mil?

O ouro tem sido o grande protagonista dos mercados internacionais em 2025, registrando cerca de 50 recordes históricos no ano. A valorização é tamanha que o ouro pode chegar a R$ 5 mil por onça, consolidando-se como o principal destaque entre os ativos globais. Essa impressionante alta reflete uma combinação de fatores econômicos e geopolíticos que reforçam sua atratividade como porto seguro em tempos de incerteza.

A queda dos rendimentos reais, as expectativas de novos cortes de juros pelo Federal Reserve, o aumento das compras de bancos centrais e a forte demanda física na Ásia impulsionaram o movimento de alta. Soma-se a isso o chamado “prêmio geopolítico”, alimentado pelas tensões comerciais globais e pelas discussões em torno de uma possível moeda dos BRICS lastreada em ouro.

O ambiente de preocupação com valuations elevados em setores como o de inteligência artificial também tem levado investidores a buscar refúgio no metal precioso.

Os bancos centrais permanecem como grandes compradores, enquanto investidores institucionais e de varejo ampliam suas posições via ETFs e barras físicas. Essa demanda estrutural reforça o ciclo de valorização, levando instituições financeiras, como o HSBC, a revisar suas projeções para cima.

Na América Latina, o cenário é especialmente favorável. A valorização do ouro e da prata tem aumentado as receitas de mineração, melhorado o balanço de exportações e fortalecido as contas externas de países produtores, com destaque para Brasil, Peru e México.

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O Brasil, um dos principais players regionais, produz dezenas de toneladas anuais e detém reservas expressivas, o que pode ampliar a arrecadação fiscal e atrair novos investimentos para o setor. A região, no conjunto, responde por uma parcela relevante da produção global de ouro.

Ouro pode chegar a R$ 5 mil

Para Thiago Duarte, analista de mercado da Axi, o metal pode atingir US$ 5.000 por onça (equivalente a cerca de R$ 5 mil) já em 2026, caso os rendimentos reais permaneçam baixos, as compras de bancos centrais sigam firmes e o cenário geopolítico continue tenso.

Ele ressalta, porém, que o mercado pode estar próximo de uma correção de curto prazo, diante da realização de lucros, de fluxos especulativos e de uma eventual valorização do dólar, caso o Fed adote um tom mais restritivo. Por isso, segundo o analista, uma postura seletiva e defensiva ainda é a mais prudente para investidores latino-americanos.

A estrategista de commodities Lina Thomas, do Goldman Sachs Research, reforça que o movimento de alta é sustentado por fundamentos sólidos: “O rali do ouro não é um frenesi, mas uma resposta racional às condições macroeconômicas”, afirmou em um vídeo recente. O Goldman Sachs projeta que o metal atinja US$ 4.900 até o fim de 2026.

Embora não gere juros nem dividendos, o ouro continua a se destacar como um dos ativos mais procurados em períodos de incerteza. Sua natureza finita e o valor simbólico e econômico que carrega o tornam um refúgio natural em tempos turbulentos.

A recente “febre do ouro” chegou até mesmo a Wall Street. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, tradicionalmente cético em relação ao metal, admitiu ter mudado de postura. “Esta é uma das poucas vezes na minha vida em que faz algum sentido manter ouro no portfólio”, disse ele à editora-chefe da Fortune, Alyson Shontell, durante a conferência Most Powerful Women.