Uma fatura de cartão de crédito de R$ 5 mil se tornou uma dívida de quase R$ 1 milhão após três anos e meio. A história contada por Thaynná Bastos, publicada no TikTok, tem atraído milhares de pessoas curiosas com o tamanho da dívida no Nubank (NU; $ROXO34). Em sua última atualização, a cobrança chegou a R$ 968.873,34.
A expectativa é de que o valor da dívida no Nubank ultrapasse R$ 1 milhão na próxima correção, impulsionado pelos juros do crédito rotativo do cartão.
Thaynná conta que sua dívida começou em novembro de 2020, quando se demitiu do trabalho. Por ser freelancer, sem direito à multa rescisória ou 13° salário proporcional, precisou deixar de pagar uma fatura: “[Após a demissão] eu literalmente tive de escolher: ou eu pagava a fatura e ficava sem dinheiro nenhum, ou eu ia para o SPC, mas teria um dinheirinho guardado caso não conseguisse outro emprego por um tempo”.
A designer deixou de pagar a fatura do Nubank, de cerca de R$ 2 mil, e gastou mais até a fatura chegar a cerca de R$ 5 mil antes do vencimento, contou em vídeo. “Se eu ia para o SPC por R$ 2 mil, não ia mudar gastar mais um pouco.”
O histórico de crescimento da dívida foi o seguinte:
- Novembro de 2020: a dívida no Nubank começou por volta de R$ 5 mil (valor exato não divulgado);
- Janeiro de 2021: fatura em R$ 5.334,69, já com juros e multa;
- Janeiro de 2022: dívida acumulada em R$ 28.288,26;
- Fevereiro de 2022: débito em R$ 31.891,39;
- Fevereiro de 2023: dívida acumulada em R$ 159.605,35;
- Fevereiro de 2024: fatura de R$ 842.848,27;
- Março de 2024: a dívida fechou em R$ 968.873,34.
Veja o vídeo publicado por Thaynná a seguir:
Como uma dívida aumenta?
O rotativo é um tipo de crédito que pode ser oferecido aos clientes de cartão de crédito que não conseguem pagar a fatura completa. Na prática, o cliente paga os juros em cima do valor que não conseguiu quitar.
O valor da fatura ocorre por multa e correção, mês a mês, com juros compostos como base — juros sobre juros. A partir do primeiro mês inadimplente, a dívida começa a crescer exponencialmente, já que é acrescida de multa e juros por atraso a cada novo fechamento de fatura.
Com o acúmulo da dívida, o crédito é restrito — ou seja, o seu nome fica negativado nas listas de órgãos de proteção ao crédito, também conhecido como “nome sujo”. Com isso, não é possível fazer um financiamento ou mesmo tirar o passaporte.
Como renegociar dívidas
Uma crise econômica, uma emergência ou um imprevisto financeiro pode levar alguém a assumir dívidas bancárias que, com o tempo, podem vir a ser insustentáveis. A solução para esse problema é a renegociação de dívidas.
Segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento atingiu 77,9% das famílias brasileiras em 2022. Isso representava uma alta de 14,3 pontos percentuais (p.p.) em relação ao ano de 2019, antes da Covid-19.
A pesquisa também revelou que 17,6% dos entrevistados se consideraram “muito endividados”.
A principal vantagem de renegociar as dívidas é se livrar de uma conta que está pesando no seu orçamento, porém, ela não é a única.
Antes de realizar a renegociação, é importante que você faça uma análise completa da sua situação financeira. Esse estudo é essencial, pois sem ter esse controle é possível perder a noção de quais são as suas dívidas no momento.
Primeiro, deve ser feita uma análise da sua renda atual e suas despesas – incluindo um levantamento das instituições com as quais tenha vínculo, adicionando as pendências em uma planilha de gastos. A partir dessas informações, você poderá ter um controle maior sobre o que está devendo e a quantia que pode direcionar para os pagamentos todo mês.