A inflação é um dos assuntos mais comentados pelos brasileiros quando o assunto é economia. Muitas vezes, mesmo quando o índice oficial, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), aponta uma variação considerada controlada, como 4,83% em 2024, a sensação do consumidor é de que os preços estão subindo muito mais. Isso acontece porque o IPCA reflete uma média de preços que pode não se alinhar à sua realidade de consumo. A isso damos o nome de inflação pessoal, e compreender essa diferença é essencial para tomar decisões financeiras mais acertadas.
O que é inflação pessoal?
A inflação pessoal é a variação de preços que impacta diretamente a sua cesta de consumo. Em outras palavras, ela mede o aumento de preços dos produtos e serviços que você realmente consome, enquanto o IPCA considera uma média que abrange 377 itens diferentes, monitorando os hábitos de consumo de famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.
Como explica Carolina Borges, Head e analista de Fundos Imobiliários da EQI Research: “Às vezes a gente vê a pessoa reclamando que a inflação veio 5% em 2024, mas que o próprio custo veio muito mais. Então é preciso ter noção dessa variação que a própria pessoa sofre no final das contas.”
Um exemplo claro é o grupo de alimentos e bebidas, que subiu 7,69% em 2024, bem acima da média geral do IPCA. Para famílias de renda mais baixa, que gastam uma parcela significativa do orçamento com comida, a percepção de inflação pode ser ainda maior.
Felipe Paletta, analista CNPI da EQI Research, explica que “se você pegar o IPCA, ele é um índice que considera uma cesta de consumo básico. É possível pegar ele no IBGE e olhar item a item quanto está variando nos últimos meses.”
Ele também relata como calculou suas próprias despesas e descobriu que sua inflação pessoal nos últimos 12 meses foi de mais de 9,5%. “Então, assim, está bem distante do IPCA registrado.”
Essa diferença acontece porque cada pessoa ou família consome de forma diferente. Por exemplo, uma pessoa que depende de transporte público sentirá mais o impacto de aumentos nas tarifas do que alguém que utiliza carro próprio. Por outro lado, quem consome muitos produtos importados ou serviços sofisticados pode perceber uma inflação ainda maior quando o dólar está alto.
Como calcular sua inflação pessoal?
Calcular sua inflação pessoal exige atenção aos seus hábitos de consumo, mas é uma tarefa que vale o esforço. Veja o passo a passo:
- Liste todos os itens consumidos mensalmente: Anote tudo o que você compra em um mês típico, desde alimentos até contas fixas, como aluguel, transporte e lazer. Evite considerar meses atípicos, como períodos de férias.
- Defina as quantidades: Registre a quantidade consumida de cada item. Por exemplo, 5 kg de arroz, 10 passagens de ônibus ou 30 kWh de energia elétrica. Essa base será sua referência.
- Acompanhe os preços mensalmente: No mês seguinte, registre os preços dos mesmos itens e quantidades.
- Compare os gastos: Some os valores do primeiro mês e do segundo. A diferença percentual entre eles é a sua inflação pessoal.
Por exemplo, suponha que no primeiro mês você gastou R$ 1.000 e, no segundo, R$ 1.150 para consumir as mesmas coisas. Nesse caso, sua inflação pessoal foi de 15%.
Além disso, você pode dividir seus gastos em categorias como alimentação, transporte, saúde e lazer, e comparar sua inflação em cada grupo com o IPCA correspondente. Isso ajuda a identificar quais áreas do orçamento estão pesando mais e onde ajustes podem ser feitos.
Por que a inflação pessoal varia tanto?
O IPCA é uma média nacional que considera hábitos de consumo amplos e diversificados. Segundo o economista André Braz, da FGV Ibre, ao G1, o IPCA é uma cesta muito diversificada. “O índice prevê famílias que consomem passagem aérea, carro zero, gasolina, o que não é a realidade de uma família de baixa renda. Isso às vezes confunde”, afirma.
Por exemplo, enquanto a alta dos alimentos afeta muito mais famílias de renda mais baixa, uma pessoa de classe média-alta pode sentir mais os impactos de um aumento no preço de passagens aéreas ou combustíveis. Regiões diferentes também apresentam variações, já que o custo de vida em grandes centros urbanos, como São Paulo, é bem diferente do de cidades menores.
Felipe Paletta também faz um alerta, “o mercado hoje já está precificando uma inflação bem acima da inflação que estamos observando no mercado neste momento. Isso é uma sinalização ruim, mostra que estamos em um momento bastante delicado.”
Calculadora Viver de Renda: planeje o futuro
Agora que você já entendeu como calcular sua inflação pessoal, que tal dar o próximo passo e planejar sua independência financeira? A Calculadora Viver de Renda, desenvolvida pela EQI+, é uma ferramenta poderosa para quem deseja construir patrimônio suficiente para viver de renda no futuro.
Como funciona a calculadora?
A ferramenta permite simular o montante necessário para garantir uma renda sustentável, considerando variáveis como:
- Patrimônio inicial;
- Aportes mensais;
- Retorno esperado sobre os investimentos;
- Taxa de inflação;
- Idade desejada para aposentadoria.
Por meio de simulações personalizáveis, você pode ajustar cenários e entender como atingir suas metas financeiras. É possível descobrir, por exemplo, se será necessário aumentar os aportes mensais, estender o período de acumulação ou mesmo revisar o padrão de vida desejado para garantir tranquilidade na aposentadoria.
Imagine que você deseja viver com R$ 5 mil por mês após os 60 anos. Com a calculadora, você consegue saber quanto precisa acumular e como seus aportes e o retorno dos investimentos influenciam esse valor. Essa visão clara ajuda a tomar decisões mais assertivas e a evitar surpresas no futuro.
Por que usar essa ferramenta?
A Calculadora Viver de Renda é especialmente útil em um cenário de inflação variável. Como sua inflação pessoal pode ser maior ou menor que a oficial, simular diferentes cenários financeiros ajuda a entender se sua estratégia está alinhada com a realidade.
Ao utilizar a ferramenta, você também consegue visualizar o impacto de ajustes no plano, como alterar o valor dos aportes ou prolongar o período de acumulação, para garantir que sua renda seja suficiente mesmo em um cenário de inflação elevada.
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