Você conhece a história da B3 (B3SA3),
a bolsa de valores brasileira? Por lá, são negociados por dia bilhões de reais em ações, BDRs, debêntures e diversas outras operações de investimentos. Saiba, neste artigo, como funciona o coração do mercado financeiro nacional.
Para o investidor, o conhecimento é de extrema importância. Até porque é por meio das informações que a tomada de decisões é feita e que um investimento é realizado. Portanto, é importante saber um pouco da história da bolsa nacional: como ela se formou e como chegou ao formato conhecido hoje.
A história como um todo possui mais de um século. Porém, o formato atual da bolsa surgiu em 2017, quando a então Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa) e a Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados (Cetip) se fundiram para ajudar a viabilizar o mercado financeiro e de capitais de uma forma mais ágil. Dessa união, surgiu a Bolsa Brasil Balcão – B3.
Atualmente, a B3 é considerada a maior depositária de títulos de renda fixa da América Latina e a maior câmara de ativos privados do país.
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A B3 (B3SA3) possui R$ 95,8 bilhões em valor de mercado e tem uma estrutura acionária pulverizada com uma governança considerada sólida. Em 2021, registrou receitas de R$ 10,3 bilhões, tendo distribuídos aos acionistas proventos de R$ 22,5 bilhões em um período de dez anos.
Mas como a B3 chegou a esse patamar atual? Vamos entender um pouco de sua história e suas origens.
História da B3 (B3SA3): como tudo começou
A história da bolsa tem início em 23 de agosto de 1890, quando começaram as operações da então Bolsa Livre, criada pelo empresário Emílio Rangel Pestana, que depois viria a dirigir a bolsa.
Ela funcionou até 1891, quando teve suas atividades encerradas por conta da crise do Encilhamento – um episódio marcado por forte inflação e uma bolha de crédito que estourou durante a vigência dos primeiros anos da República, entre 1889 e 1894.
Linha do tempo: da Bovespa à B3

Encerrada a crise, a bolsa voltou a operar a partir de 1895, com a abertura da Bolsa de Fundos Públicos de São Paulo. Operou com esse nome até 1934, quando se mudou para o Palácio do Café. Daí o nome foi alterado par Bolsa de Oficial de Valores de São Paulo – Bovespa.
Ao longo dos quase 30 anos seguintes, a Bovespa e as outras bolsas nacionais – havia uma em quase todas as capitais do país na ocasião – funcionavam vinculadas às Secretarias de Finanças respectivas. Com isso, seus corretores eram nomeados quase sempre pelos governos estaduais.
Mas, com a reforma do sistema financeiro nacional e do mercado de capitais, entre os anos de 1965 e 1966, as bolsas deixaram de possuir a antiga vinculação com o poder público e passaram a ter um caráter mais institucional, passando a ser associações civis, tendo autonomia financeira e patrimonial para operar as ações das empresas e fazer as devidas liquidações.
O resultado disso, foi a substituição da figura dos corretores autônomos, que atuavam de forma individual para cada investidor, pela criação das corretoras de valores. Nessa época, a denominação mudou mais uma vez, passando a ser chamada de Bolsa de Valores de São Paulo.
Assumindo a liderança
Na época, no entanto, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, sediada na cidade que havia sido a capital nacional até 1960, era a principal do país. Ela foi também o primeiro grande mercado de capitais nacional. A queda da bolsa carioca se dá a partir dos anos 1970, principalmente após o crash de 1971, que foi a segunda bolha especulativa que estourou no país.
A partir de então, a Bovespa começou a emergir como principal força do mercado de capitais do país. Ao longo das duas décadas seguintes, as bolsas carioca e paulista concentravam as negociações de ações do mercado brasileiro. Esse cenário mudou em 2000, quando as negociações de papéis passaram a ser realizadas somente na capital paulista, ao passo que a bolsa do Rio ficou responsável pela negociação de títulos públicos.
Em 2002, a bolsa do Rio acabou por ser incorporada pela então Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Poucos anos depois, em 2008, essa mesma BM&F se uniria à Bovepsa Holding, criando assim a BM&FBovespa.
Com um modelo totalmente verticalizado e integrado, a BM&FBovespa passou a buscar um processo de inovação do mercado. Desde a negociação e pós-negociação, distribuição de dados de cotações, produção de índices de mercado, desenvolvimento de sistemas e softwares, listagem de emissores, empréstimo de ativos até como central depositária.
Os sistemas próprios da BM&FBovespa tornaram possível comprar e vender ativos, mitigar ou transferir riscos, arbitrar preços, diversificar e alocar investimentos, alavancar posições – uma série de possibilidades essenciais para atender ao crescimento mercado.
Fusão com a Cetip
Com a história da B3, é preciso também citar também a criação da Cetip, que é a sigla para Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos Privados. Esta surgiu em 1984 como resposta a uma necessidade do mercado, oferecendo soluções e serviços financeiros no mercado de balcão organizado.
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Sua finalidade era promover a liquidação dos papéis negociados na bolsa de valores. Ou seja: tudo o que era negociado no pregão, passava depois pela Cetip onde era feita a liquidação financeira de cada operação.
Porém, o começo da operação da Cetip de forma efetiva se deu somente a partir de 1986. Anos depois, em 2008, ela se transforma em sociedade por ações. Nesse processo ocorre a incorporação da Andima SND.
Dessa forma a Cetip passou a ser a única detentora dos direitos sobre o sistema nacional de debêntures, do sistema nacional de distribuição de títulos e contratos.
Finalmente, para dar mais agilidade às negociações, a BM&FBovespa passa por uma fusão com a Cetip, aprovada em 2017 pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
É a partir daí que a B3 (B3SA3) passa a operar sob o formato atual: unindo as operações de negociações de ações e títulos com as respectivas liquidações financeiras destes papéis.
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