Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Educação Financeira
Notícias
Credit crunch: o que significa e qual o risco para o Brasil? Entenda

Credit crunch: o que significa e qual o risco para o Brasil? Entenda

Um tema que ganhou notoriedade no mercado financeiro nas últimas semanas foi o credit crunch ou, em bom português, a crise de crédito.

Ela é causada por uma queda abrupta na disponibilidade geral de crédito por parte dos banco ou aperto repentino nas condições para concessão de crédito.

No Brasil, o assunto foi levantado pelo empresário Luis Stuhlberger, CEO da Verde Asset. Ele divulgou no começo do mês uma carta mensal na qual fez críticas ao governo federal por gerar “barulho” desnecessário após anunciar medidas para melhorar a perspectiva fiscal, como a reoneração sobre os combustíveis.

A gestora liderada por ele, a Verde, avaliou que medidas governamentais de reonerar os combustíveis e impor taxação sobre as exportações de petróleo, ao mesmo tempo em que fez críticas ao Banco Central por causa do nível da taxa de juros, tiveram um impacto negativo no mercado local.

Foi nesse cenário que ele começou a perceber sinais de e um “incipiente” credit crunch atingindo a economia brasileira.

Mas qual o real impacto de um credit crunch na economia nacional? Vamos entender como funciona.

Credit crunch: como se forma e quais os efeitos?

Antes de mais nada é preciso entender o conceito de credit crunch.

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, explica que esse fenômeno consiste em uma redução brusca e forte das concessões de crédito, por menor oferta por parte dos bancos.

“Isso pode ocorrer por um ambiente econômico adverso, como um choque tipo pandemia ou recessão global, ou então por uma aversão a risco pela quebra de algum banco”, diz.

Nesse sentido, os bancos recolhem as linhas de crédito, aumentam as taxas e buscam empresas com maior qualidade de crédito e menos risco. Daí, os efeitos na economia seriam uma redução na atividade, com as empresas sofrendo pela ausência de crédito e pelo custo mais alto do pouco crédito disponível.

“Assim, haveria menos investimentos, maior dificuldade de compras de insumos, menores margens de lucro e potencial quebra de empresas”, completa.

Há caminhos para resolver quando há essa restrição de crédito na praça. Mas são várias as maneiras de resolver esse problema. No caso de uma quebra bancária com risco para o sistema financeiro, o BC – Banco Central – pode oferecer linhas de crédito para os bancos, garantias de saque aos depositantes, redução de compulsórios e, em última instância, redução da taxa básica de juros, segundo Kautz.

“No caso de um choque exógeno, como uma crise global, a redução da taxa de juros poderia vir antes das outras medidas”, informa.

Recentemente, o cenário mundial esteve perto da formação de um credit crunch, como o caso da quebra dos bancos norte-americanos Silicon Valley Bank e do Signature Bank, além dos problemas envolvendo o First Republic Bank – que recebeu uma injeção de US$ 30 bilhões dos maiores bancos de Wall Street para evitar sua quebra e um problema maior para o sistema bancário.

Comportamento das ações do First National Bank

E no Brasil?

No Brasil, houve recentemente uma restrição de crédito quando o governo decidiu reduzir os juros do empréstimo consignado para aposentados para 1,70%. Alegando dificuldade para cobrir os custos, os grandes bancos cortaram o crédito e muitos aposentados ficaram sem ter acesso a dinheiro emprestado.

Apesar disso, o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, aponta que não vê crise bancária ou ocorrência de credit crunch no Brasil. Ele argumentou que, ao contrário da crise do subprime de 2008, os bancos norte-americanos estão mais resistentes ao estresse econômico.

O caso da Americanas (AMER3) também causou alarde. Mas não se vê uma crise de sérias proporções coo nos EUA se alastrando para cá.

Kautz afirma que, após a fraude detectada na Americanas (AMER3), houve, de fato, uma contração do mercado de crédito, com redução das linhas de crédito dos bancos e dificuldades das empresas em captar crédito via emissão de títulos. Mas nada significativo a ponto de abalar as expectativas macro.

“Foi um evento de fraude, inesperado, que levou todo mundo a rever as empresas das quais têm títulos e qual o tamanho do risco nas carteiras. Mas não vemos como uma grave crise de crédito. Não entendemos que seja sistêmico e afete muito os balanços dos bancos ou leve a uma contração significativa do mercado, a ponto de gerar recessão ou desaceleração muito maior do que a que já se tem. Os próprios bancos vêm passando essa sinalização”, explica.

Você leu sobre credit crunch. Quer investir melhor e com assertividade? Preencha este cadastro que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato.