Na quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic para 12,25%, conforme as expectativas do mercado, que antecipava um aumento de até 100 pontos-base. Com isso, muitos investidores começam a se voltar ainda mais para a renda fixa. Mas, afinal, com os juros nesse patamar, quanto rendem a poupança, o CDB, o Tesouro e a LCA?
Antes de responder à pergunta, é importante destacar alguns pontos da decisão…
A medida foi unânime, com o voto favorável de Gabriel Galípolo, futuro presidente do Banco Central (BC), que substituirá Roberto Campos Neto. Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou a possibilidade de mais duas elevações de 1 ponto percentual (p.p.) nas próximas reuniões.
Em seu comunicado após a conclusão da reunião, a Copom indicou que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos. No entanto, adiantou que já antevê mais dois aumentos de 1 ponto porcentual nas duas próximas reuniões, se o cenário for mantido.
“Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”, diz parte do comunicado.
Análise da Selic a 12,25%
Felipe Reis, estrategista de ações da EQI Research, avaliou que o aumento de 1 ponto percentual (p.p.) foi considerado bastante duro, especialmente levando em conta a possibilidade de mais duas altas nas próximas reuniões.
“O Copom então decidiu realizar um ajuste de maior magnitude, e levando a Selic em 1,00 ponto percentual, para 12,25% a.a ., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, avaliou ele.
Ele comentou ainda que, diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, “ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.
Diante desse cenário, a renda fixa se torna uma opção ainda mais atraente para os investidores, impactando diretamente os rendimentos das principais aplicações.
Assim, com a Selic a 12,25%, como ficam os rendimentos de investimentos como poupança, CDB, Tesouro Direto e LCA?
Abaixo, confira quanto R$ 10 mil renderiam aplicados nesses produtos:
Como fica a poupança?
A poupança continua sendo uma das opções de investimento mais conservadoras, porém com rentabilidade bastante baixa. Se você aplicar R$ 10 mil na caderneta, com a Selic atual de 12,25% ao ano, após um ano, o valor seria de R$ 10.640,71. Em cinco anos, o valor aplicado chegaria a R$ 13.952,78.
A poupança oferece uma rentabilidade de 0,5% ao mês (equivalente a 6,17% ao ano) mais a variação da TR (Taxa Referencial). Essa fórmula de rendimento só será alterada quando a Selic cair para menos de 8,5% ao ano. Nesse caso, o rendimento passará a ser de 70% da Selic mais a TR.
E o Tesouro Selic?
Se os R$ 10 mil forem aplicados no Tesouro Selic 2029, a rentabilidade será superior à da poupança. Após um ano, o montante chegaria a R$ 10.902,82. Em três anos, a aplicação passaria para R$ 13.275,69 e, em cinco anos, para R$ 16.254,07. Esses cálculos consideram o rendimento líquido, ou seja, já descontados o Imposto de Renda (IR) e a taxa de custódia cobrada pela B3.
LCI e LCA
As LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) são mais vantajosas que a poupança e o Tesouro Selic, oferecendo uma rentabilidade superior. Com a Selic nesse patamar, ao investir R$ 10 mil, o valor passaria para R$ 10.965,20 em um ano.
Em três anos, o montante subiria para R$ 13.219,61, e, em cinco anos, chegaria a R$ 16.016,93. Esses cálculos são baseados em títulos que pagam 85% do CDI, que é equivalente a um CDB com rendimento de 100% do CDI. Além disso, tanto as LCIs quanto as LCAs são isentas de Imposto de Renda.
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E os CDBs?
Por fim, entre as opções de renda fixa, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário) são as mais rentáveis. Ao investir R$ 10 mil em CDBs, o valor inicial se transformaria em R$ 13.456,36 em três anos, já descontando o Imposto de Renda. Em cinco anos, o montante alcançaria R$ 16.618,12, oferecendo, portanto, um retorno superior a outras alternativas de renda fixa.
Quais fatores considerar antes de investir?
Antes de realizar qualquer investimento em ativos de renda fixa, é fundamental levar em consideração alguns fatores importantes. A liquidez, por exemplo, é um aspecto a ser observado, especialmente em produtos como CDBs, LCIs e LCAs, que não possuem resgates diários, o que pode limitar o acesso imediato ao capital investido.
Outro ponto importante é a rentabilidade. De modo geral, quanto mais altas as taxas de retorno, maiores podem ser os riscos de crédito associados às instituições emissores. Portanto, é essencial avaliar o risco envolvido antes de optar por esses investimentos.
Além disso, a proteção oferecida pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um aspecto relevante. O FGC garante a devolução de até R$ 250 mil ao investidor caso a instituição emissora enfrente problemas, como uma intervenção do Banco Central. Essa proteção se aplica às aplicações em CDBs, LCIs, LCAs e à poupança. Por outro lado, os títulos públicos não contam com essa cobertura, mas são amplamente considerados “livres de risco” por serem emitidos pelo governo federal, o que confere maior segurança ao investidor.
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