O vale-refeição no Brasil, em 2024, registrou um valor médio mensal de R$ 496,83, equivalente a R$ 22,58 por dia. Contudo, o custo médio de uma refeição completa chegou a R$ 51,61, tornando o benefício insuficiente para cobrir as despesas alimentares em mais de 10 dias úteis por mês. Para os outros 12 dias úteis, os trabalhadores precisam desembolsar aproximadamente R$ 638,59 do próprio bolso para arcar com as refeições.
Essa discrepância reflete uma queda significativa no poder de compra do vale-refeição. Em maio de 2024, o benefício ainda conseguia cobrir 11 dias úteis, mas o cenário atual evidencia um agravamento. Em comparação, o benefício cobria 18 dias em 2019, enquanto em 2022 esse número caiu para 13 dias, estabilizando em 11 dias nos anos seguintes até a recente redução para 10 dias.
Desigualdades regionais
O levantamento, conduzido pela Pluxee, destaca diferenças regionais significativas:
- Norte e Nordeste: regiões mais vulneráveis, com os valores diários mais baixos. O benefício mensal médio é de R$ 400 (cerca de R$ 18/dia), enquanto o custo de uma refeição completa chega a R$ 45,41 no Norte e R$ 49,09 no Nordeste;
- Centro-Oeste: apesar de uma queda no valor do benefício para R$ 456,41 ao final de 2024, a região possui o menor custo médio de refeições (R$ 45,21) e consegue estender o uso do vale-refeição a 11 dias úteis;
- Sudeste: oferece o maior crédito diário (R$ 24,39, ou R$ 536,79 por mês), mas enfrenta o maior custo de refeições do país (R$ 54,54), limitando o benefício a 10 dias úteis;
- Sul: o crédito médio diário é de R$ 21,43, mas o custo médio das refeições (R$ 48,91) torna o benefício também insuficiente para mais de 10 dias.
Série histórica
A pesquisa ainda apresenta a redução histórica do poder de compra do vale-refeição:
- 2019: 18 dias
- 2022: 13 dias
- 2023 e início de 2024: 11 dias
- Final de 2024: 10 dias
Essa tendência de perda no poder de compra é atribuída à inflação acumulada, que pressiona os custos das refeições, enquanto os valores dos benefícios permanecem estagnados, prejudicando principalmente trabalhadores em regiões economicamente mais vulneráveis.
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