O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que poderia autorizar a Nvidia (NVDA; NVDC34) a vender uma IA para a China em versão rebaixada do seu sistema de inteligência artificial mais avançado, o Blackwell.
Segundo Trump, a aprovação da IA para a China dependeria de um acordo para reduzir o desempenho do chip. “É possível que eu faça um acordo” para um processador Blackwell “um pouco aprimorado — no sentido negativo”, afirmou. Ele sugeriu que a redução poderia variar entre 30% e 50%, limitando o poder de processamento disponível para o mercado chinês.
Trump também indicou que planeja se reunir com Jensen Huang, CEO da Nvidia, para discutir pessoalmente os detalhes. “Sobre o Blackwell, acho que ele [Huang] virá me ver novamente sobre isso”, disse, segundo informações da CNBC, destacando que considera o sistema “o mais recente e o melhor do mundo”.
Contexto da disputa tecnológica
A Nvidia, líder global no fornecimento de chips para IA, já enfrenta restrições de exportação impostas pelo governo dos EUA desde 2022. Produtos como os chips A100 e H100 foram bloqueados para venda à China devido a preocupações com seu uso em sistemas militares e no avanço de inteligência artificial avançada.
No ano passado, restrições adicionais atingiram outros semicondutores da empresa. Em resposta, empresas chinesas como a Huawei têm investido no desenvolvimento de alternativas, como a linha Ascend, embora especialistas afirmem que seus chips ainda não superam o desempenho das GPUs da Nvidia.
A proposta de vender versões rebaixadas, segundo o analista Paul Triolo, poderia “viciar a China em tecnologia de baixa qualidade ou de baixa capacidade”, garantindo que o país dependa dos chips americanos em vez de desenvolver soluções totalmente próprias.
Interesses estratégicos e negociações
O movimento de Trump ocorre após um acordo em que Nvidia e AMD aceitaram pagar ao governo dos EUA 15% da receita das vendas de chips para a China em troca de licenças de exportação — número abaixo dos 20% inicialmente propostos por Trump, após negociações com Huang.
Para Huang, é fundamental que empresas chinesas continuem comprando chips americanos, pois isso dificultaria que concorrentes locais, como a Huawei, dominem o mercado. No entanto, ainda não está claro se um Blackwell rebaixado manteria utilidade suficiente para treinar modelos avançados de IA.
Enquanto isso, o mercado aguarda a nova geração dos processadores Ascend 910, prevista para o próximo ano, que pode acirrar ainda mais a disputa pelo domínio da inteligência artificial global.
Leia também:
