O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira (24) que tanto Israel quanto o Irã violaram o cessar-fogo firmado na noite anterior. O acordo, mediado pelos EUA e pelo Catar, tinha como objetivo interromper os ataques que marcaram os últimos 12 dias de confronto.
“Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel”, afirmou Trump ao embarcar para a cúpula da Otan, em Haia.
O presidente americano ainda fez um alerta direto a Israel: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora!”, publicou em suas redes sociais.
Acordo selado, mas não sustentado
O cessar-fogo, anunciado na segunda-feira (23), surgiu após uma intensa negociação telefônica entre Trump, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o emir do Catar, segundo informações da Reuters. Fontes da Casa Branca revelaram que Israel havia aceitado interromper os ataques desde que o Irã suspendesse suas ofensivas.
O Irã, por sua vez, sinalizou disposição para cumprir o acordo. Representantes dos EUA, incluindo o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio, atuaram diretamente nas conversas, enquanto o enviado especial Steve Witkoff manteve contatos indiretos com os iranianos.
Apesar dos anúncios, o chanceler iraniano Abbas Araqchi negou qualquer acordo e afirmou que não há suspensão das operações militares por parte do Irã.
Ataques seguem apesar da trégua
O conflito, iniciado no dia 13 de junho, teve como estopim uma operação preventiva de Israel contra o programa nuclear iraniano. Desde então, o cenário se agravou. Israel bombardeou alvos militares e nucleares no Irã, enquanto Teerã respondeu com ataques de mísseis a cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém.
Os Estados Unidos também se envolveram diretamente, atacando a usina nuclear iraniana de Fordow. A resposta do Irã veio nesta segunda-feira, com mísseis lançados contra uma base americana no Catar — ataque previamente avisado e de efeito simbólico, segundo a imprensa americana.
Trump cobra aliados e rivais
Diante da escalada, Trump adotou uma postura de cobrança não apenas ao Irã, mas também a Israel, tradicional aliado dos EUA. “Israel tem de se acalmar, tenho que fazer Israel se acalmar”, disse. O presidente deixou claro que, se os bombardeios continuarem, o acordo será considerado totalmente rompido.
Na prática, o cenário revela que o cessar-fogo é frágil e, até agora, não conseguiu interromper os confrontos. Enquanto autoridades dos dois países não chegam a um consenso, a comunidade internacional observa com preocupação os próximos passos.
A guerra de 12 dias
Em sua declaração, Trump tentou adotar um tom otimista, mesmo com o quadro incerto: “Gostaria de parabenizar ambos os países, Israel e Irã, por terem a Resistência, Coragem e Inteligência para encerrar o que deve ser chamado de A GUERRA DE 12 DIAS”, escreveu.
Apesar das palavras, os fatos mostram que o cessar-fogo ainda não é realidade. As negociações seguem tensas e qualquer movimento em falso pode ampliar ainda mais o conflito no Oriente Médio.
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