O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevou o tom contra o Irã ao publicar, na terça-feira (17), uma série de mensagens em sua rede Truth Social ameaçando diretamente o líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, em uma escalada da guerra do Irã. Trump afirmou que o líder “é um alvo fácil” e alertou que “nossa paciência está se esgotando”, em meio ao aumento das tensões no conflito entre Israel e Irã.
“Sabemos exatamente onde o chamado ‘Líder Supremo’ está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos matá-lo, pelo menos não por enquanto”, escreveu Trump. Na sequência, o ex-presidente dos EUA deixou claro seu objetivo: “RENDA INCONDICIONAL!”, escreveu o presidente em sua conta no TruthSocial.
As declarações ocorrem dois dias após veículos de imprensa revelarem que Trump teria vetado um plano de Israel para assassinar Khamenei. Na segunda-feira (16), o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, minimizou os relatos de divergência com Trump sobre o tema: “Eu não tiraria conclusões precipitadas”.
Guerra do Irã: governo dos EUA muda o tom
Apesar de o governo Trump ter afirmado anteriormente que os Estados Unidos não participaram diretamente do ataque preventivo de Israel contra o Irã na sexta-feira passada — episódio que deu início a cinco dias de troca de mísseis entre os dois países —, as recentes declarações indicam uma possível mudança de postura, com Washington sinalizando disposição para apoiar militarmente seu aliado israelense.
Trump também afirmou que os EUA possuem “controle total e completo dos céus do Irã” e ironizou a capacidade defensiva de Teerã. “Tinha bons rastreadores aéreos e outros equipamentos defensivos, e muitos deles, mas não se comparam às ‘coisas’ feitas, concebidas e fabricadas pelos americanos. Ninguém faz isso melhor do que os bons e velhos EUA.”
De volta a Washington após antecipar sua saída de uma reunião do G7 no Canadá, Trump deve reunir seus principais conselheiros de segurança nacional ainda nesta terça-feira, em encontro na Sala de Situação da Casa Branca, para discutir os próximos passos no conflito entre Israel e Irã.
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Petróleo sobe com ampliação do conflito
O petróleo opera em alta, revertendo a queda registrada no pregão anterior, diante das crescentes preocupações com a escalada do conflito entre Irã e Israel. Apesar de a infraestrutura energética principal ainda não ter sido gravemente afetada, os riscos de interrupções já impactam os preços da commodity.
O barril do Brent para entrega em agosto sobe 2,08%, cotado a US$ 74,75. Já o WTI para julho avança 1,98%, negociado a US$ 71,64.
A forte valorização ocorre após o Irã suspender parcialmente a produção de gás no campo de South Pars — uma das maiores reservas do mundo, que o país compartilha com o Catar — devido a um incêndio causado por ataque israelense no sábado (14). Além disso, forças israelenses atingiram o depósito de petróleo de Shahran, alimentando os temores sobre possíveis cortes no fornecimento de energia no Oriente Médio.
As tensões elevadas na região levantam preocupações globais com a estabilidade dos fluxos de petróleo e gás, pressionando os mercados e reacendendo a volatilidade nas cotações internacionais.