Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na quarta-feira (18), o BTG Pactual ($BPAC11) projeta uma elevação da taxa Selic em 25 pontos-base (0,25 ponto percentual), saindo de 10,50% para 10,75% ao ano.
A estimativa do banco se baseia na comunicação recente mais dura por parte da autoridade monetária, assim como as surpresas altistas nos dados de atividade econômica e inflação. Além disso, os efeitos na taxa de câmbio que, mesmo precificando ciclos de política monetária em sentidos opostos no Brasil e Estados Unidos, “continua em terreno mais depreciado e impactando negativamente as expectativas de inflação”.
Após a reunião do Copom de julho, o Diretor de Política Monetária e próximo presidente do BC, Gabriel Galípolo, chegou a afirmar que o balanço de riscos era “assimétrico”, e que a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o primeiro trimestre de 2026, de 3,2%, estava “acima da meta”.
A reação do mercado, pela curva de juros, estava em linha com sua preocupação, disse Galípolo. Isso porque a precificação indicava maior probabilidade de um início de ciclo com alta de 50 pontos-base.
Por outro lado, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, falou publicamente que “se e quando houver um ciclo de ajuste nos juros, será gradual”, divergindo das falas de Galípolo, ao sugerir maior suavização para a decisão de setembro, observa o economista Álvaro Frasson no relatório divulgado.
“O resultado foi uma comunicação difusa, que não contribuiu para retirar as altas probabilidades de +50 bps a partir de novembro, nem para reduzir os prêmios ao longo da curva de juros. Por esse motivo, uma decisão unânime e, posteriormente, discursos uníssonos serão importantes para a boa condução da política monetária“, avalia.
Selic em 11,75% ao final do ano
O BTG avalia que uma taxa de câmbio potencialmente mais apreciada (seja pelo carry da moeda ou por uma retomada dos preços das commodities) possa reduzir o tamanho do ciclo à frente. A projeção do banco para a taxa Selic ao final de 2024 é de 11,75%, com elevação de 1,25 ponto percentual do patamar atual, em 10,50% ao ano.
O economista também comentou que um potencial aumento de 25 pontos-base da Selic, com um viés hawkish, deve ser acompanhado de um texto mais preocupado com a demanda doméstica, o que será “fundamental para a estratégia do Copom de recomprar credibilidade”.
