O governo dos Estados Unidos está negociando acordos comerciais com mais de 15 parceiros internacionais e pode anunciar avanços sobre o tarifaço de Trump “muito em breve”, afirmou nesta terça-feira (15) a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt. A declaração reforça a estratégia do presidente Donald Trump de buscar acordos caso a caso, enquanto mantém sua postura dura em relação à China.
Segundo Leavitt, Trump não pretende recuar diante de Pequim. Na semana passada, o governo norte-americano elevou as tarifas sobre produtos chineses para 145%, intensificando a guerra comercial com o país asiático. “A bola está com a China: a China precisa fazer um acordo conosco, nós não precisamos fazer um acordo com eles”, disse a porta-voz, destacando que o presidente está aberto a negociar, mas apenas em termos que considere favoráveis.
Em contraste, a maioria dos demais países teve as tarifas temporariamente reduzidas. Trump anunciou a suspensão por 90 dias das tarifas recíprocas para países que ainda não reagiram com medidas retaliatórias, reduzindo as alíquotas para 10% de forma imediata. A estratégia, segundo o presidente, busca acordos individualizados com cada nação.
Tarifaço de Trump não é consenso mesmo entre aliados
A política de tarifas agressivas adotada por Trump, porém, não é consenso nem mesmo entre aliados. O ex-assessor de segurança nacional John Bolton criticou duramente a abordagem, classificando-a como um erro estratégico. “Certamente não é assim que se trata os amigos. Não se dá um tapa na cara deles publicamente e se diz: ‘Vou impor tarifas a vocês a menos que se saiam melhor nas negociações comerciais’”, afirmou Bolton em entrevista à CNBC.
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Para o ex-conselheiro, a estratégia de confrontar aliados ao mesmo tempo em que endurece com a China enfraquece a posição dos Estados Unidos. “Se todos tivéssemos nos unido, talvez tivéssemos influenciado o comportamento da China. Portanto, este não é apenas um erro econômico — é um erro estratégico que custará caro aos Estados Unidos se essa política não for revertida”, alertou.
A Casa Branca ainda não se pronunciou oficialmente sobre as críticas de Bolton e de analistas do mercado. Enquanto isso, investidores acompanham com cautela os desdobramentos das negociações e a possibilidade de novos anúncios unilaterais por parte do governo norte-americano.
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