O setor de serviços sobe em agosto pelo sétimo mês consecutivo, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira (14). O volume de serviços avançou 0,1% em relação a julho, acumulando uma alta de 2,6% no período de sete meses. O resultado consolida o melhor desempenho da série histórica e coloca o setor 18,7% acima do nível pré-pandemia, de fevereiro de 2020.
Essa sequência positiva reflete o papel central dos serviços na economia brasileira, especialmente após a retomada das atividades presenciais e o crescimento de segmentos ligados à tecnologia, transporte e turismo.

Crescimento sustentado e recorde histórico
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), quatro das cinco atividades analisadas apresentaram variação positiva entre julho e agosto. O destaque foi para os serviços profissionais, administrativos e complementares, que cresceram 0,4% e acumulam avanço de 2% nos últimos quatro meses. Esse desempenho foi impulsionado por empresas que atuam com programas de fidelidade, atividades jurídicas e aluguel de máquinas e equipamentos.
Os transportes também contribuíram para o bom resultado, com alta de 0,2%. O crescimento veio dos segmentos de transporte rodoviário coletivo de passageiros, ferroviário de cargas, logística e transporte dutoviário. Já os serviços prestados às famílias (1,0%) e outros serviços (0,6%) reforçaram a expansão, puxados principalmente pelos setores de alimentação, hospedagem e serviços financeiros auxiliares.
A única queda veio de informação e comunicação (-0,5%), que devolveu o ganho do mês anterior. A redução foi influenciada por uma menor demanda em serviços de TI, manutenção e exibição cinematográfica, após um julho impulsionado pelas férias escolares.
Serviços de TI e transporte mantêm fôlego da economia
Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o avanço contínuo do setor de serviços é fortemente sustentado pelo crescimento consistente dos serviços de tecnologia da informação (TI). Mesmo com a queda pontual de agosto no grupo de informação e comunicação, a área de TI segue sendo uma das mais dinâmicas desde o período pós-pandemia, contribuindo decisivamente para o aumento acumulado de 2,6% em 2025.
Outro destaque é o setor de transportes, que continua desempenhando papel estratégico na economia. O aumento do transporte rodoviário e ferroviário de cargas está diretamente ligado ao bom momento da agricultura, que impulsiona o escoamento de grãos e combustíveis. Já o transporte de passageiros cresceu 0,3% em agosto, após recuar 2,2% em julho, enquanto o transporte de cargas teve alta de 0,6%, quarto resultado positivo consecutivo.
Turismo volta a crescer após três meses de queda
O índice de atividades turísticas subiu 0,8% em agosto, revertendo uma sequência de três quedas seguidas, quando acumulou perda de 2,1%. O segmento está agora 11,5% acima do nível pré-pandemia e próximo ao recorde da série, registrado em dezembro de 2024.
A recuperação do turismo reflete, principalmente, a redução no preço das passagens aéreas e o aquecimento do setor de hospedagem e alimentação. Regionalmente, 11 das 17 unidades da federação acompanharam a alta nacional, com destaque para Rio de Janeiro (2,5%), Amazonas (6,9%) e Bahia (1,7%).
Em contrapartida, São Paulo (-1,1%), Paraná (-1,5%) e Minas Gerais (-0,8%) registraram retrações, evidenciando que a recuperação do turismo ainda ocorre de forma desigual entre os estados.
Panorama e perspectivas para o setor de serviços
Com o resultado de agosto, o setor de serviços sobe 0,1% e consolida 17 taxas positivas consecutivas na comparação anual. O acumulado de 3,1% em 12 meses aponta uma leve aceleração em relação a julho (3,0%), sinalizando um ritmo estável de crescimento.
O desempenho reforça a importância dos serviços na estrutura econômica brasileira, representando mais de 70% do PIB. As perspectivas seguem favoráveis, com destaque para os segmentos de tecnologia, transporte e turismo, que devem continuar puxando o crescimento nos próximos meses.
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