O setor de serviços em julho avançou 0,3% frente ao mês anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). Esse resultado representa o sexto mês consecutivo de expansão, consolidando uma alta acumulada de 2,4% desde fevereiro.

Com esse desempenho, o setor de serviços em julho atingiu o maior patamar da série histórica e se encontra 18,5% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020. No acumulado do ano, a alta foi de 2,6%, enquanto nos últimos 12 meses o crescimento foi de 2,9%, uma leve desaceleração em relação ao resultado de junho (3,0%).
Atividades que impulsionaram o crescimento
O avanço de julho foi puxado principalmente pelo segmento de informação e comunicação, que cresceu 1,0%. De acordo com o IBGE, tanto telecomunicações (+0,7%) quanto serviços de tecnologia da informação (+1,2%) registraram desempenho positivo. Empresas ligadas a portais, provedores de conteúdo e serviços de informação na internet tiveram papel de destaque nesse cenário.
Além disso, serviços profissionais, administrativos e complementares subiram 0,4%, enquanto os serviços prestados às famílias cresceram 0,3%. Em contrapartida, transportes (-0,6%) e outros serviços (-0,2%) registraram queda, com destaque para a retração no transporte aéreo de passageiros (-4,0%), após cinco meses de forte alta. Ainda assim, a perda representa apenas uma pequena correção em relação ao avanço acumulado de 22,1% nesse período.
Panorama regional e contribuições estaduais
O crescimento do setor de serviços em julho não foi homogêneo, mas 12 das 27 unidades da federação acompanharam a tendência nacional de alta. Os maiores destaques positivos vieram de Rondônia (+10,9%), Mato Grosso do Sul (+5,7%), São Paulo (+1,7%) e Paraná (+1,7%). Também se sobressaiu Santa Catarina, com avanço de 0,9%.
No acumulado de janeiro a julho, 19 estados registraram crescimento, reforçando a contribuição regional para o resultado nacional. São Paulo, o maior mercado de serviços do país, teve papel relevante, com alta de 4,3% no período.
Turismo e transportes: contrastes dentro do setor
Enquanto o setor de serviços em julho manteve desempenho positivo, o turismo apresentou retração de 0,7%, o terceiro recuo seguido, acumulando perda de 2,3%. A queda foi associada principalmente ao transporte aéreo, impactado pelo aumento no preço das passagens e pela base de comparação elevada. Mesmo assim, o setor turístico permanece 10,3% acima do nível pré-pandemia.
Nos transportes, o movimento foi desigual: o transporte de passageiros caiu 2,1% em julho, interrompendo uma sequência de cinco meses de alta, mas ainda permanece 9,6% acima do patamar de fevereiro de 2020. Já o transporte de cargas avançou 1,0% no mês, sustentado pelo crescimento de 37,5% em relação ao período pré-pandemia, apesar de estar 4,8% abaixo do recorde da série.
Importância do setor e perspectivas
O setor de serviços, maior componente do PIB brasileiro, continua sendo um termômetro importante para a economia do país. O resultado de julho reforça a resiliência das atividades, especialmente na área de tecnologia e comunicação, enquanto aponta desafios em segmentos sensíveis, como transporte e turismo.
A próxima divulgação da PMS, referente ao mês de agosto, será em 14 de outubro, e trará novas informações sobre a capacidade de sustentação desse ciclo de crescimento.