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Primeiro-ministro da França renuncia

Primeiro-ministro da França renuncia

O primeiro-ministro da França renuncia após apenas 27 dias no cargo, mergulhando o país em mais uma fase de instabilidade política. Sébastien Lecornu, o quinto chefe de governo francês em menos de dois anos, anunciou sua saída poucas horas depois de nomear seu novo gabinete.

A renúncia, inesperada até mesmo para aliados próximos, evidencia o impasse entre partidos e a dificuldade de Emmanuel Macron em manter uma base parlamentar coesa.

Em um pronunciamento no Palácio de Matignon, Lecornu afirmou que “as condições não foram cumpridas” para que ele permanecesse no cargo, lamentando a falta de consenso entre as forças políticas. “Cada partido se comporta como se tivesse sua própria maioria no parlamento”, disse, criticando o bloqueio generalizado que paralisou o governo. Com isso, ele entra para a história como o primeiro-ministro com o mandato mais curto da França.

Desafio orçamentário e impacto econômico

A principal missão de Lecornu era convencer o parlamento e os investidores de que seria capaz de aprovar o orçamento de 2026. No entanto, a fragmentação política tornou essa tarefa impossível. Sem acordo sobre cortes de gastos e aumentos de impostos, o governo francês enfrenta sérias dúvidas quanto à sua capacidade de cumprir as metas fiscais da União Europeia.

O mercado reagiu com nervosismo.

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Os rendimentos dos títulos do governo francês subiram, e o índice CAC 40 caiu 1,6%, enquanto o euro perdeu 0,7% de valor frente ao dólar. A França, que já acumula uma dívida pública de 113% do PIB e um déficit de 5,8%, precisa urgentemente encontrar um caminho para restaurar a confiança internacional.

A renúncia do primeiro-ministro apenas reforça a percepção de desordem política e fragilidade econômica.

Pressão sobre Macron e o futuro incerto do governo

A saída de Lecornu aumentou a pressão sobre o presidente Emmanuel Macron, que agora enfrenta um parlamento hostil e um país dividido. Segundo informações da CNBC, analistas afirmam que o governo minoritário já estava sob risco de sofrer uma moção de desconfiança — o que pode ter acelerado a decisão do primeiro-ministro.

Os partidos de oposição reagiram com dureza. A direita pediu a dissolução do parlamento, enquanto a extrema esquerda, liderada por Jean-Luc Mélenchon, chegou a defender o impeachment de Macron. Para muitos observadores, o atual cenário político francês beira a ingovernabilidade.

Economistas alertam que uma eventual renúncia do presidente seria o pior cenário para os mercados. Segundo John Plassard, da Cité-Gestion, “nenhum partido parece disposto a assumir o comando em meio à crise fiscal”, o que deixaria o país em paralisia total. A diferença entre os títulos de 10 anos da França e da Alemanha — indicador do risco percebido pelos investidores — já está em 87 pontos-base, um sinal claro de desconfiança.

Um país em busca de estabilidade

Com a renúncia do primeiro-ministro da França, o governo Macron enfrenta seu momento mais delicado desde as eleições de 2024. Três governos minoritários fracassados, dificuldades fiscais e tensões sociais desenham um panorama de fragilidade institucional.

Enquanto isso, a França segue tentando provar que ainda pode ser governável após uma sucessão de crises e de um eleitorado cada vez mais cético.

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