A guerra em Gaza ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (3), após o Hamas anunciar que aceita, em princípio, o plano de paz proposto pelos Estados Unidos. Em comunicado, o grupo palestino afirmou estar disposto a libertar todos os reféns israelenses vivos e também entregar os corpos dos que morreram, dentro dos termos apresentados por Washington.
O Hamas acrescentou que está pronto para iniciar negociações imediatas, por meio de mediadores, a fim de discutir os detalhes do acordo. O grupo ainda agradeceu o envolvimento de outros países nas tratativas e reiterou a disposição de transferir a administração da Faixa de Gaza a um organismo palestino independente.
A resposta veio horas depois de o presidente norte-americano, Donald Trump, endurecer o tom e impor um ultimato. Segundo ele, caso o Hamas não aceite a proposta até as 18h de domingo (5), “um inferno como ninguém jamais viu antes” se abaterá sobre o grupo. O aviso reflete a pressão que os Estados Unidos e Israel têm exercido nas negociações.
Guerra em Gaza: Trump havia apresentado plano de paz
O plano, apresentado na Casa Branca por Trump e pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prevê o fim da guerra em Gaza, a libertação de reféns e um programa internacional de reconstrução para o território palestino. Israel já declarou concordar com a proposta, restando agora a definição da posição final do Hamas.
A proposta prevê cessar-fogo imediato, libertação de reféns, reconstrução do território e a criação de um conselho internacional, batizado de “Conselho da Paz”, que seria presidido pelo ex-presidente Donald Trump.
O plano inclui anistia a integrantes do Hamas que entregarem as armas, destruição da infraestrutura militar do grupo e um processo de transição política que pode levar à criação de um Estado palestino.
De acordo com comunicado divulgado pela Casa Branca, o Hamas teria um prazo de até 72 horas para libertar todos os reféns israelenses mantidos em Gaza. Em troca, Israel se comprometeria a liberar mais de 1.900 prisioneiros palestinos, incluindo 250 que cumprem prisão perpétua.
O plano apresentado prevê ainda uma série de medidas paralelas:
- Ajuda humanitária imediata: entrada de alimentos, medicamentos, água, energia e equipamentos de reconstrução, a serem distribuídos por organismos como a ONU, o Crescente Vermelho e outras entidades neutras.
- Nova governança em Gaza: criação de um comitê tecnocrático palestino para administrar temporariamente o território, supervisionado por um “Conselho da Paz” com especialistas internacionais, entre eles nomes como o ex-premiê britânico Tony Blair.
- Desmilitarização: destruição de túneis, fábricas de armas e demais estruturas militares, sob monitoramento internacional. Integrantes do Hamas poderiam receber anistia ou deixar Gaza com passagem segura.
- Segurança internacional: formação de uma Força Internacional de Estabilização, apoiada por países árabes, responsável por treinar a polícia palestina e manter a ordem até a retomada da Autoridade Palestina.
- Futuro político: compromisso de Israel em não anexar Gaza, com retirada gradual das tropas à medida que a desmilitarização fosse verificada, abrindo caminho para negociações sobre a autodeterminação palestina.
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