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Fitch rebaixa nota de crédito da França, mas bolsa ignora e sobe, de olho no Fed

Fitch rebaixa nota de crédito da França, mas bolsa ignora e sobe, de olho no Fed

A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou, na última sexta-feira (12), a nota de crédito soberano da França de AA- para A+

A agência de classificação de risco Fitch Ratings rebaixou, na última sexta-feira (12), a nota de crédito soberano da França de AA- para A+, com perspectiva estável. O corte reflete tanto as dificuldades fiscais do país quanto a instabilidade política que se intensificou nos últimos meses.

Segundo a Fitch, a dívida pública francesa deve continuar crescendo nos próximos anos, passando de 113,2% do PIB em 2024 para 121% em 2027, sem perspectiva clara de estabilização. A agência também projeta que o déficit fiscal permanecerá elevado: 5,8% do PIB em 2024, recuando levemente para 5,5% em 2025 — ainda muito acima da média da zona do euro (2,7%) e da mediana dos países com nota “A” (2,9%).

Fitch rebaixa nota de crédito da França: Impacto limitado nos mercados

Apesar do rebaixamento, divulgado após o fechamento dos mercados na sexta-feira, o efeito imediato foi contido. O índice CAC 40, principal bolsa francesa, subiu 0,92% nesta segunda-feira (15), recuperando parte das perdas recentes. O desempenho foi impulsionado sobretudo pelo otimismo global em relação a possíveis cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), que tem animado os investidores.

Fitch rebaixa nota de crédito da França: Instabilidade política pressiona contas

O relatório da Fitch destaca ainda que a derrota do governo em um voto de confiança na Assembleia Nacional e a sucessão de três governos desde as eleições legislativas antecipadas de 2024 expõem a fragmentação e polarização da política francesa. Para a Fitch, essa instabilidade reduz a capacidade do sistema político de implementar um plano robusto de consolidação fiscal, o que torna improvável que a meta de reduzir o déficit para 3% do PIB até 2029 seja cumprida.

Além disso, a agência avalia que a corrida eleitoral para a presidência em 2027 tende a limitar o espaço para ajustes fiscais no curto prazo, mantendo alta a probabilidade de prolongamento do impasse político.

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Reação do governo

O ministro das Finanças, Eric Lombard, reconheceu que a decisão da Fitch reflete a incerteza política e os desafios fiscais. No entanto, destacou a “força da economia francesa” e afirmou que o novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, já iniciou diálogos com diferentes forças políticas no parlamento para aprovar o orçamento e avançar no reequilíbrio das contas públicas.

A mudança no comando ocorreu após a Assembleia derrubar o então premiê François Bayrou, em mais um capítulo da crise de governabilidade enfrentada pelo presidente Emmanuel Macron.