Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
PPI de setembro dos EUA sobe para 0,3% e reforça pressão de custos

PPI de setembro dos EUA sobe para 0,3% e reforça pressão de custos

Dados do produtor e do varejo mostram um quadro misto da economia americana em setembro, com energia em alta e consumo ainda firme

O PPI (Índice de Preços ao Produtor) de setembro dos EUA mostrou uma alta de 0,3%, exatamente em linha com a projeção. O resultado marca uma virada após a queda de 0,1 por cento registrada em agosto. O dado reforça que os custos no atacado voltaram a ganhar força e continuam exercendo pressão sobre a cadeia produtiva do país.

No acumulado de 12 meses, o índice avançou 2,7 por cento. A alta de setembro foi impulsionada principalmente pelos bens finais, cuja inflação subiu 0,9 por cento.

O destaque ficou com a energia, que disparou 3,5 por cento devido ao salto de 11,8 por cento nos preços da gasolina. Já os serviços ficaram estáveis, sinal de que a pressão de custos ainda se concentra no lado dos insumos.

O economista-chefe do UBS, Paul Donovan, acrescenta mais nuances ao debate. Para ele, os dados do PPI dialogam com os movimentos recentes de consumo. Donovan afirma que os números refletem, em parte, informações de gastos com cartão de crédito, “que sugerem que os consumidores de renda média e alta nos EUA continuam confiantes o suficiente para gastar, embora não necessariamente em lojas físicas”.

Ele também chama a atenção para possíveis efeitos de segunda ordem na inflação. Segundo Donovan, “os fabricantes americanos estão aumentando os preços (e os lucros) à medida que os importadores pagam tarifas?”. A análise abre espaço para uma discussão maior sobre como tarifas, custos globais e decisões empresariais podem influenciar a inflação daqui para frente.

Publicidade
Publicidade

Bens finais puxam a alta e energia volta ao centro das atenções

O avanço de 0,9 por cento nos bens finais foi o maior desde fevereiro de 2024. Dois terços desse movimento vieram do setor de energia. Além da gasolina, houve aumento nos preços de carnes, energia elétrica residencial, veículos e etanol. Apenas vegetais frescos e secos recuaram.

O comportamento dos bens intermediários também reforça o quadro de pressão. Produtos processados subiram 0,4 por cento e os não processados 0,1 por cento. O milho avançou 8,3 por cento e influenciou a alta dos alimentos intermediários, enquanto o gás natural desabou 8,7 por cento. Esse contraste mostra que a inflação ainda é desigual entre setores, mas a tendência geral permanece de avanço.

Serviços mostram estabilidade, mas alguns segmentos sentem o impacto

Enquanto os bens ganharam força, os serviços ficaram praticamente parados. O setor de transporte e armazenamento subiu 0,8 por cento, compensando a queda de 0,2 por cento no comércio atacadista e varejista. As passagens aéreas avançaram 4 por cento, com transporte aéreo voltando a refletir ajustes de demanda e custos.

Ao longo da cadeia intermediária, os serviços mantiveram leve alta de 0,1 por cento. A maior influência veio das margens de atacadistas de alimentos, que subiram 3,8 por cento. Já serviços de crédito recuaram 3,4 por cento. O resultado confirma que a pressão de preços não está totalmente disseminada, mas segue presente o bastante para manter o produtor atento.

Vendas no varejo nos EUA desaceleram, mas seguem em terreno positivo

As vendas no varejo dos EUA avançaram 0,2 por cento em setembro, abaixo da projeção de 0,4 por cento e abaixo do dado revisado de agosto, que havia subido 0,6 por cento. Mesmo com a desaceleração, o resultado ainda mostra que o consumo americano segue firme, impulsionado principalmente por setores que dependem menos de lojas físicas.

No acumulado de 12 meses, as vendas cresceram 4,3 por cento. A força continua concentrada nos varejistas online, que subiram 6 por cento em relação ao ano anterior, e nos serviços de alimentação, que aumentaram 6,7 por cento. Já o varejo físico avançou apenas 0,1 por cento sobre o mês anterior. Esses dados reforçam o que Donovan aponta sobre mudanças no padrão de consumo, com maior peso para gastos digitais.

O desempenho do varejo, embora mais moderado, ajuda a explicar parte da pressão captada pelo PPI. Setores que registram demanda consistente tendem a repassar custos com maior facilidade, enquanto os segmentos mais fracos seguram preços para não perder consumidores.

Leia também: