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Quase 50 milhões de brasileiros investiriam em ações de clubes, aponta CBF Academy

Quase 50 milhões de brasileiros investiriam em ações de clubes, aponta CBF Academy

Pesquisa da CBF Academy revela que 48 milhões de brasileiros investiriam em ações de clubes de futebol, com Flamengo, Palmeiras e Bragantino liderando o interesse

Aproximadamente 48 milhões de brasileiros estariam dispostos a investir em ações de clubes de futebol caso esses ativos fossem disponibilizados na bolsa de valores. É o que mostra o relatório “Perfil Demográfico da Torcida Brasileira de Futebol”, divulgado pela CBF Academy em parceria com a AtlasIntel.

Segundo o levantamento, Flamengo, Palmeiras e Red Bull Bragantino lideram o interesse dos torcedores, indicando que o mercado poderia se tornar um novo vetor de expansão para a B3 e para os próprios clubes.

“Isso seria um novo atrativo para os clubes se capitalizarem, uma super ampliação do número de pessoas na bolsa e uma forma também de transferir parte dos gastos que os brasileiros têm feito nas bets para investimentos direto nos clubes”, afirmou Marcelo Rotenberg, diretor de políticas públicas na AtlasIntel em nota. 

Interesse massivo e potencial de mercado

O estudo revela que 23,5% dos torcedores brasileiros investiriam em ações de clubes. Entre eles, 3,8 milhões (ou 8,2%) estariam dispostos a aportar até R$ 5 mil.

O número impressiona quando comparado ao universo atual da bolsa brasileira, que conta com cerca de 5 milhões de investidores pessoa física. Se clubes tivessem ações negociadas, o total de interessados em renda variável poderia multiplicar por dez.

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A pesquisa ouviu 4.445 pessoas em março de 2025 e possui 95% de confiança estatística.

Clubes mais atrativos: Flamengo e Palmeiras lideram com folga

A disposição dos torcedores não se limita ao tamanho da torcida — gestão, imagem institucional e estabilidade esportiva também pesam na decisão. O Flamengo é o clube que mais despertaria interesse financeiro, seguido de Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo.

Confira os percentuais:

  • Flamengo — 62,8%
  • Palmeiras — 57%
  • Red Bull Bragantino — 35,7%
  • São Paulo — 35%
  • Fluminense — 32,9%
  • Botafogo — 30,7%
  • Grêmio — 29%
  • Corinthians — 28,5%
  • Athletico-PR — 28%
  • Atlético-MG — 27,8%

Corinthians, que possui a segunda maior torcida do país, aparece apenas na oitava posição, reforçando que a reputação administrativa tem tido peso igual ou maior que a popularidade.

A pesquisa também mostra que equipes da Série B de 2025 aparecem bem posicionadas, como Athletico-PR, América-MG, Goiás, Cuiabá e Coritiba, indicando que o apelo ao investidor não depende apenas do desempenho na elite.

SAF não é consenso entre torcedores

O relatório revela uma divisão significativa sobre o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF):

  • 36,4% apoiam a transformação dos clubes em SAF;
  • 27,1% são contrários;
  • 36,5% não sabem se apoiam ou não.

Entre os times mais atrativos para investidores, apenas o Botafogo opera como SAF; já o Red Bull Bragantino é um dos raros clubes-empresa do país.

Esse dado reforça que, embora o modelo seja relevante para governança e captação de recursos, sua aceitação entre torcedores ainda enfrenta resistência.

O que o estudo revela sobre o futuro do futebol na bolsa

Os resultados indicam que o mercado de capitais poderia tornar-se um novo pilar de financiamento para o futebol brasileiro. Com clubes mais profissionalizados e maior transparência financeira, a tendência é que o interesse do público cresça junto à maturidade do setor.

A CBF Academy destaca que a entrada dos clubes na B3 poderia:

  • aumentar exponencialmente o número de investidores no país;
  • criar novas fontes de receita para o futebol brasileiro;
  • reduzir a dependência de apostas esportivas como forma de engajamento financeiro;
  • estimular modelos de gestão mais profissionais e auditáveis.