Desde tempos remotos, o investimento em ouro tem sido considerado uma reserva de valor confiável, sendo amplamente reconhecido como um ativo seguro no mercado financeiro. O metal precioso é frequentemente procurado por investidores que buscam proteção em momentos de instabilidade econômica, especialmente aqueles expostos ao dólar.
Isso ocorre porque a relação entre o dólar e o preço do ouro segue uma dinâmica inversa, refletindo as forças globais de mercado. Quando a moeda norte-americana se valoriza, o ouro tende a perder valor, e vice-versa. Dessa maneira, o metal precioso tem se mostrado uma alternativa de proteção contra a inflação e períodos de incerteza econômica.
Relação entre ouro e dólar
Normalmente, a relação entre o dólar e o ouro é inversamente proporcional: quando o dólar se fortalece, o valor do ouro tende a cair, e quando o dólar enfraquece, o ouro se valoriza. No entanto, esse padrão não foi seguido nos últimos tempos, e o ouro tem surpreendido.
Mas antes de entender o que ocorreu recentemente, é importante compreender o papel que o ouro desempenha na economia global.
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Papel do ouro na história
Desde as primeiras civilizações, o ouro foi utilizado como moeda e meio de troca devido à sua durabilidade e raridade. Na Idade Média até o século XIX, o metal era acumulado como símbolo de poder e riqueza, sendo adotado por diversos países no padrão-ouro – um sistema em que as moedas de um país eram vinculadas ao valor do ouro, garantindo estabilidade nas trocas internacionais.
Entretanto, esse sistema foi abandonado ao longo do tempo, principalmente após a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Em 1971, sob a presidência de Richard Nixon, os Estados Unidos encerraram a conversão do dólar em ouro, o que pôs fim ao sistema de Bretton Woods, que havia vinculado o valor do dólar ao metal precioso.
Dólar como moeda global
O dólar americano é atualmente a principal moeda utilizada no comércio internacional e a mais comum nas reservas cambiais dos países. Sua supremacia se deve ao tamanho e à robustez da economia dos Estados Unidos, além de sua estabilidade política e financeira.
Ao contrário do ouro, o dólar é uma moeda fiduciária, ou seja, seu valor não é respaldado por um ativo físico, mas sim pela confiança dos investidores na economia dos EUA e na política monetária do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.
Assim, o ouro sempre foi visto como um ativo de refúgio seguro. Em momentos de crise econômica, incerteza política ou inflação alta, os investidores frequentemente recorrem ao ouro como forma de preservar seu poder de compra.
Devido a essas características distintas, a relação entre o dólar e o ouro tende a ser inversa. Isso ocorre porque o ouro é cotado em dólares: quando o valor do dólar aumenta, o ouro se torna mais caro para quem utiliza outras moedas, o que diminui a demanda e reduz o preço. Por outro lado, quando o dólar perde valor, o ouro se torna mais acessível, aumentando sua demanda e elevando seu preço.
O que aconteceu com o ouro recentemente?
Entretanto, essa correlação inversa não se concretizou na última semana. Surpreendentemente, o preço do ouro não apenas resistiu ao fortalecimento do dólar, como também registrou ganhos, algo atípico.
Nos últimos dias, o metal precioso demonstrou uma resiliência notável, com os preços subindo por duas semanas consecutivas. Essa valorização parece ser impulsionada por uma crescente preocupação com a inflação.
Em cenários normais, um dólar forte e o aumento dos rendimentos pressionariam os preços do ouro para baixo, mas os investidores parecem estar buscando proteção contra os riscos inflacionários. No entanto, essa demanda, por si só, pode não ser suficiente para levar os preços do ouro a novos recordes, caso não haja outros fatores que sustentem essa tendência.
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Quais são as formas de investir em ouro?
Existem diversas maneiras de investir em ouro, cada uma com suas características e riscos:
- Compra de ouro físico: O investidor pode adquirir barras, lingotes ou moedas de ouro, desde que em casas especializadas autorizadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, o custo de armazenamento e transporte pode ser elevado, e a segurança também deve ser considerada.
- Investimento na Bolsa de Valores: Através da Bolsa de Valores, é possível investir em ouro por meio de ETFs (Exchange Traded Funds) como o GOLD11, ou BDRs (Brazilian Depositary Receipts) de ETFs, como o BIAU39. Também existem contratos futuros de ouro, fundos de investimento especializados no metal e ações de empresas mineradoras.
- Certificado de Operações Estruturadas (COE): O COE é um instrumento financeiro que combina características de renda fixa e variável. Essa modalidade é uma boa opção para investidores que desejam exposição ao ouro de forma mais estratégica.
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