A popularidade do Lula voltou a desabar, com duas pesquisas divulgadas nesta quinta-feira (12) confirmando o agravamento da crise de imagem do governo após a crise da fraude do INSS.
Os levantamentos do Datafolha e Ipsos-Ipec mostram que a reprovação ao petista voltou a crescer, atingindo os piores patamares desde o início do terceiro mandato e interrompendo qualquer sinal de recuperação.
Popularidade de Lula: queda livre nos números
O Datafolha registrou deterioração em todos os indicadores principais. A reprovação de Lula saltou de 38% em abril para 40% na pesquisa atual, enquanto a aprovação despencou de 29% para 28% no mesmo período. Os números mostram o presidente no pior patamar de avaliação registrado em seus três mandatos.
A pesquisa ouviu 2.004 eleitores em 136 municípios nos dias 10 e 11 de junho, com margem de erro de dois pontos percentuais. O índice de avaliação regular ficou em 31%, enquanto 1% dos entrevistados não souberam avaliar.
Quando questionados diretamente sobre aprovação ou desaprovação do trabalho presidencial, 46% dos entrevistados aprovam (ante 48% em abril) e 50% desaprovam (eram 49% anteriormente).
Ipsos-Ipec confirma derrocada da popularidade
O instituto Ipsos-Ipec ratifica a queda livre da popularidade de Lula. A pesquisa revela que 43% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo, contra 41% em março.
Simultaneamente, a avaliação positiva despencou de 27% para 25% no período, configurando a segunda vez no terceiro mandato que a reprovação supera consistentemente a aprovação.
O levantamento, realizado entre 5 e 9 de junho com 2.000 pessoas em 132 cidades, tem margem de erro de dois pontos percentuais. A avaliação regular ficou em 29%, e 2% não souberam responder.
Sobre a forma de administrar o país, 55% desaprovam o trabalho de Lula, enquanto 39% aprovam. Em relação à confiança no presidente, 58% disseram não confiar, contra 37% que confiam.
Crise do INSS como divisor de águas
Os institutos apontam a Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril pela Polícia Federal, como o principal fator para a estagnação dos índices presidenciais. A operação revelou desvios de aproximadamente R$ 6 bilhões em descontos ilegais de aposentadorias, beneficiando entidades ligadas a políticos.
O escândalo, facilmente associado ao “roubo de velhinhos”, gerou amplo impacto negativo na imagem governamental.
A crise levou à queda do ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e expôs falhas na comunicação oficial, que inicialmente tentou atribuir o esquema à gestão anterior.
Impacto por segmentos na popularidade de Lula
O Datafolha detectou variações significativas em diferentes grupos socioeconômicos. Entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, houve leve melhora: a reprovação caiu de 36% para 33%, e a aprovação subiu de 30% para 32%.
Já entre os mais escolarizados, o impacto foi negativo. A aprovação no segmento com ensino superior despencou de 31% para 25% no período analisado.
O Ipsos-Ipec identificou que a avaliação negativa na popularidade de Lula cresceu particularmente entre pessoas de 45 a 59 anos (de 37% para 45%) e moradores das regiões Norte e Centro-Oeste (de 43% para 50%).
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