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Super Quarta: o que as decisões do FED e do Copom revelam sobre o cenário adiante

Super Quarta: o que as decisões do FED e do Copom revelam sobre o cenário adiante

Stephan Kautz avalia que a Super Quarta reforça cautela dos bancos centrais, mantém juros elevados por mais tempo e não altera a estratégia da EQI

A Super Quarta terminou sem surpresas. Como amplamente antecipado pelo mercado, o Federal Reserve iniciou um novo corte de juros nos Estados Unidos e o Copom manteve a taxa Selic em 15%. Mas, para analistas, as decisões formais eram apenas parte da história — o foco maior estava nos comunicados divulgados após as reuniões.

Segundo Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Investimentos, o que realmente importa neste momento não é o valor pontual da taxa, mas o tom adotado pelas autoridades monetárias.

“As decisões já estavam totalmente precificadas. A atenção do mercado estava no comunicado, porque é ele que orienta as expectativas para os juros longos e acaba influenciando a precificação dos ativos”, afirmou.

Copom reforça cautela e evita indicar início dos cortes

No Brasil, o Copom manteve a postura prudente que vem adotando nos últimos meses. O comunicado destacou sinais de desaceleração da atividade econômica, mencionando inclusive o comportamento recente do PIB, já afetado pela Selic alta por um período prolongado. Ainda assim, o Banco Central evitou sinalizar quando poderá iniciar o ciclo de flexibilização.

Kautz lembra que o dado de inflação divulgado na véspera não integrou o debate desta reunião. “Esse indicador não entrou no comunicado, portanto ainda não influenciou a avaliação do Copom”, explicou.

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Os desafios pós-Super Quarta

Para Kautz, a grande questão agora é quando o ciclo de cortes realmente começará — em janeiro ou março —, mas esse detalhe não altera o roteiro principal. “Mesmo quando os cortes começarem, vamos continuar convivendo com juros altos por bastante tempo”, afirmou. Ele destaca que isso afeta diretamente crédito, atividade econômica e a estrutura da curva de juros.

Nos Estados Unidos, o corte promovido pelo FED indica que a economia já dá sinais suficientes de desaceleração para permitir algum alívio monetário. Ainda assim, segundo o economista, a autoridade americana segue “totalmente dependente dos próximos dados de inflação e emprego”, mantendo a condução cuidadosa.

Além da política monetária, Kautz ressalta que o ambiente brasileiro enfrenta pressões adicionais. Ruídos políticos e incertezas fiscais continuam influenciando a curva de juros. “Na última semana, esses fatores levaram à abertura dos juros futuros e fizeram os cupons das NTN-B voltarem a níveis mais elevados”, afirmou.

Estratégia da EQI permanece inalterada

Para o economista-chefe da EQI, a reunião não muda a estratégia da casa. “O encontro reforça a importância de manter disciplina, análise consistente e visão de ciclo”, disse.

Ele avalia que o cenário segue desafiador, mas vê espaço para melhora conforme os juros longos comecem a ceder — desde que o ambiente político e fiscal também se estabilize.

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