O PMI de Serviços dos EUA, medido pela S&P Global, recuou de 53,7 em maio para 52,9 em junho, abaixo das expectativas do mercado, que apontavam para 53,1. O índice ainda sinaliza expansão, já que permanece acima da marca de 50, mas o ritmo desacelerou. O enfraquecimento do crescimento está ligado à alta dos custos operacionais, impacto das tarifas comerciais e recuo nas vendas internacionais.
Segundo a S&P Global, este é o 29º mês seguido de crescimento no setor, embora com desempenho visivelmente mais fraco em comparação com o segundo semestre de 2024.
Emprego cresce apesar do cenário desafiador
Mesmo com a perda de fôlego do PMI de serviços dos EUA, as empresas aumentaram suas contratações em junho, alcançando o ritmo mais acelerado desde janeiro. A pressão por maior capacidade de atendimento levou as companhias a reforçar suas equipes, refletindo o acúmulo de trabalho em aberto.
Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence, comenta: “O setor de serviços dos EUA apresentou uma combinação positiva de crescimento sustentado e aumento na contratação em junho, mas também relatou pressões de preços elevadas, o que pode levar os formuladores de política monetária a manter cautela quanto a novas flexibilizações.”
Tarifas e exportações limitam expansão
As exportações de serviços continuam a ser um ponto fraco. Junho marcou o terceiro mês seguido de queda nas vendas externas, com o segundo trimestre apresentando a maior retração desde o fim de 2022. O motivo foram as incertezas comerciais e tarifárias que continuam a afetar a competitividade internacional.
Além disso, os custos operacionais foram pressionados por tarifas, preços de fornecedores e aumento de salários. Ainda que a inflação tenha desacelerado em relação a maio, o patamar segue elevado.
“As pressões de preços permaneceram elevadas em junho. Embora a demanda fraca e a intensa concorrência tenham ajudado a moderar o ritmo de aumento em relação a maio, a taxa geral de inflação nos preços cobrados pelos serviços continua sendo a segunda mais alta dos últimos dois anos, devido ao aumento de custos relacionados a tarifas. Isso provavelmente contribuirá para uma inflação maior ao consumidor no curto prazo”, destaca Williamson.
PMI composto também recua
O PMI Composto dos EUA, que reúne os setores de serviços e indústria, também caiu levemente, de 53,0 para 52,9 em junho, ante consenso de 53,1. O destaque foi o retorno do crescimento da atividade industrial, que atingiu seu melhor nível desde fevereiro, compensando em parte a desaceleração nos serviços.
Novos pedidos subiram de forma sólida, e o mercado de trabalho apresentou o maior avanço dos últimos cinco meses. Contudo, as pressões sobre os preços continuaram fortes, tanto em custos quanto em valores finais cobrados.
Confiança continua abaixo da média
Apesar da expectativa geral ainda ser positiva, a confiança dos empresários para os próximos 12 meses segue enfraquecida. A incerteza em torno das políticas do governo federal e das diretrizes comerciais continua a pesar nas decisões de investimento.
“Estamos vendo alguns sinais preocupantes de fraqueza por trás dos números principais, especialmente em relação às exportações e à queda na atividade entre prestadores de serviços voltados ao consumidor, o que reduziu o ritmo geral da expansão econômica. As preocupações com as políticas governamentais aumentaram a incerteza e reduziram os gastos com serviços, enquanto também mantêm a confiança abaixo do otimismo registrado no início do ano. A continuidade da expansão da atividade empresarial nos próximos meses, nos níveis observados em junho, está longe de estar garantida”, finaliza Williamson.
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