O PMI Industrial de agosto dos EUA atingiu 53 pontos, acima dos 49,8 registrados em julho e marcando a maior melhora nas condições de operação desde maio de 2022, segundo dados da S&P Global. O resultado do índice dos gerentes de compras superou expectativas de analistas, que projetavam 53,3, e indica expansão da atividade no setor manufatureiro após meses de oscilações.

A alta foi impulsionada principalmente por uma aceleração na produção e pelo crescimento sólido de novas encomendas, ainda que mais concentradas no mercado doméstico. Vendas externas, por outro lado, voltaram a cair em meio a incertezas comerciais e impacto das tarifas.
Para Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global Market Intelligence, “o setor industrial dos EUA está rodando em alta velocidade neste verão, com a produção mostrando a maior expansão desde o início de 2022”.
Produção em alta e acúmulo de estoques
O aumento do PMI Industrial de agosto dos EUA esteve atrelado tanto à maior demanda quanto à formação de estoques. Empresas ampliaram os níveis de produtos acabados ao maior ritmo em 13 meses, antecipando possíveis pressões de preços e gargalos de oferta.
Esse movimento, no entanto, veio acompanhado de forte aceleração nos custos de insumos. Segundo o levantamento, os preços de matérias-primas tiveram a segunda maior alta em três anos, puxados principalmente pelas tarifas. Williamson explicou que “as fábricas relatam um salto nos custos ligados diretamente às tarifas, e sempre que possível esses aumentos estão sendo repassados ao consumidor por meio de elevação dos preços de venda”.
Emprego cresce em meio à confiança
O setor também registrou um aumento expressivo no emprego, próximo ao maior nível desde 2022. A melhora foi atribuída ao esforço das empresas para atender o volume crescente de pedidos e reduzir atrasos acumulados. Apesar das incertezas, a confiança dos empresários quanto ao futuro da produção avançou em relação a julho. Algumas companhias já projetam investimentos em novas plantas e linhas de produtos.
Williamson destacou ainda que “as contratações voltaram a acelerar em agosto, já que as fábricas precisaram de mais mão de obra para lidar com a entrada de novos pedidos e com trabalhos pendentes. O setor manufatureiro, portanto, tende a dar um impulso relevante à economia americana no terceiro trimestre”.
Ele, contudo, fez um alerta: “A grande questão agora é até que ponto esses aumentos de preços nas fábricas vão se refletir em uma inflação maior ao consumidor nos próximos meses.”
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