O núcleo da inflação dos Estados Unidos, do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês), subiu 0,2% em julho em relação a junho, e 4,2% na comparação anual, segundo dados desta quinta-feira (31) divulgados pelo Departamento de Comércio norte-americano.
O PCE é um dos indicadores mais importantes para as decisões de política monetária do Federal Reserve.
O resultado do PCE veio em linha com as projeções do mercado financeiro. O consenso de analistas era de uma alta mensal de 0,2% e de 4,2% na comparação anual.
O núcleo do PCE exclui variações de preços considerados mais voláteis, como de alimentos e energia. A inflação cheia de consumo nos Estados Unidos, considerando essas variações, foi de 0,2% na base mensal, e de 3,3% na anual em julho.
O rendimento pessoal no país cresceu 0,2% em julho (US$ 45 bilhões), enquanto a renda pessoal disponível, que exclui impostos correntes pessoais, aumentou US$ 7,3 bilhões no mês.
As despesas de consumo pessoal (PCE) cresceram US$ 144,6 bilhões – 0,8% em julho.

PCE: setor de serviços tem maior contribuição
O aumento de US$ 144,6 mil milhões no PCE reflete aumentos de US$ 102,7 mil milhões em despesas com serviços, além de US$ 41,9 mil milhões em gastos com bens.
Nos serviços, os maiores contribuintes para o aumento foram os financeiros e seguros, habitação e serviços públicos, de alimentação e alojamento e cuidados de saúde.
Já no segmento de bens, os maiores contribuintes no PCE foram outros bens não duráveis, liderados por produtos farmacêuticos e itens recreativos; alimentos e bebidas e bens e veículos recreativos.
O PCE veio em linha com a avaliação da EQI Asset, segundo o economista-chefe Stephan Kautz. Ainda assim, o número não é considerado positivo, uma vez que o setor de serviços, sem a variação de habitação, acelerou para 0,46% no mês.
No ano, a aceleração é de 4,60%, contra o próprio PCE, de 4,20% na comparação anual.
Portanto, para Kautz, o patamar de preços ao consumidor ainda permanece muito acima da meta de inflação estipulada pelo Federal Reserve, de 2% no ano.
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