O PCE dos EUA, índice de preços preferido pelo Fed para acompanhar o cenário da inflação do país, ficou em 0,2% em junho, uma leve alta em relação a maio, quando havia ficado em 0,1%. No acumulado dos últimos 12 meses, o resultado é de 3,0%, ante 3,8% em maio. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Bureau of Economic Analysis (BEA).
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O núcleo do PCE, que desconsidera os preços de alimentos e energia, considerados mais voláteis, ficou também em 0,2%, e acumula 4,1% de alta nos últimos 12 meses – era de 4,6% em maio. Esse índice é visto pelos analistas como mais relevante para as decisões da política monetária, já que é mais suscetível às decisões do Fed.

Nesta quarta-feira, o banco central norte-americano elevou a taxa de juros do país para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano, alegando permanência da pressão inflacionária e necessidade de seguir na busca de uma meta que combine um mercado de trabalho consistente, atividade econômica e inflação de 2% ao ano.
Os dados do PCE apontam também aumento de 0,3% na renda pessoal dos norte-americanos, em US$ 69,5 bilhões. A renda pessoal disponível, após o pagamento de impostos, também subiu 0,3%, enquanto as despesas de consumo pessoal aumentaram US$ 100,4 bilhões (0,5%). A poupança pessoal foi de US$ 862,4 bilhões em junho.
O aumento da renda pessoal refletiu principalmente um aumento na remuneração que foi parcialmente compensado por uma diminuição nas receitas de renda pessoal sobre ativos.
Já o aumento nas despesas foi impactado tanto por mais gastos com serviços quanto com bens. Dentro dos serviços, os maiores contribuintes para o aumento foram os serviços financeiros e seguros, habitação e serviços públicos (liderados pela habitação) e serviços recreativos.
Dentro dos bens, os maiores contribuintes para o aumento foram veículos automotores e peças (liderados pelos novos caminhões leves) e gasolina e outros bens energéticos (liderados por combustíveis, lubrificantes e fluidos para veículos automotores).
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, afirma que os números são positivos, pois mostram uma queda consistente das pressões inflacionárias. “Quando a gente isola os núcleos de serviços, vê alguns números que chegaram a perto de 0,40% alguns meses atrás e hoje estão em 0,10%, o que mostra uma desaceleração mais sólida nos números da inflação”, explica.
O analista diz que mantém a projeção de que o Fed não deverá realizar novas altas de juros, ainda que o cenário de aperto monetário possa permanecer. “Nossa visão é de que não será necessário um novo aumento e que os números serão satisfatórios para o Fed, ainda que ele tenha deixado em aberto a possibilidade de mais uma alta”, conclui Kautz.
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