Os Estados Unidos criaram 216 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de dezembro, segundo dados do payroll divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Departamento do Trabalho norte-americano. O resultado representa uma aceleração em relação ao mês passado, quando o país divulgou 173 mil novas posições, com o dado já revisado nesta data.
A criação de vagas de trabalho em dezembro nos EUA também veio acima da projeção do mercado, de 170 mil novas posições.
A taxa de desemprego no mês ficou em estável em 3,7%, ante estimativa de 3,8% pelo mercado. Em novembro, a taxa recuou para 3,7%, abaixo da expectativa de estabilidade em relação a outubro, em 3,9%.
Segundo o payroll de dezembro, o número de pessoas desempregadas no país permaneceu praticamente inalterado no período, em 6,3 milhões.
Tanto a taxa de desemprego como o número de pessoas desempregadas são superiores às medidas do final de 2022, quando estavam, respectivamente, em 3,5% e eram de 5,7 milhões de pessoas.
O salário médio por hora em folhas de pagamento privadas não agrícolas nos EUA subiu 15 centavos de dólar (0,4%), para US$ 34,27. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora avançou 4,4%.
Os dados do payroll de outubro e novembro também foram revisados pelo Departamento de Trabalho norte-americano. Para outubro, o resultado foi de 150 mil para 105 mil novas vagas, enquanto a variação de novembro foi de 199 mil para 173 mil. Com as revisões, os novos postos foram cortados em 71 mil abaixo do divulgado anteriormente.
Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o número forte e novamente acima de 200 mil novas vagas de trabalho sugere um mercado apertado, mas sem grandes novidades na profundidade da análise.
No detalhe, as indicações não são tão óbvias, no sentido de que houve uma queda nas horas trabalhadas, o que não condiz com um mercado de trabalho forte, assim como houve uma pesquisa com baixa quantidade de respostas em termos históricos, observa o especialista. Houve também uma revisão forte dos números no ano, com revisões para baixo nos dez meses anteriores.
“Devemos lembrar que não são todas as empresas que participam da pesquisa, como é feito no Brasil; esta é uma amostra do mercado de trabalho norte-americano. Então, há algumas distorções estatísticas, que causam menos convicção sobre a real força desse cenário“, reforça.
“Nossa visão continua sendo de que o mercado de trabalho continua desacelerando em um ritmo muito lento, e em um patamar muito apertado, porém em uma trajetória de desaceleração que vem acontecendo nos últimos meses. Este resultado do payroll é visto mais como um ruído do que efetivamente como uma grande nova informação que afete muito o cenário, ou para o próprio banco central norte-americano ter de reagir“, avalia Kautz.
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