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Payroll: EUA criam 150 mil vagas de emprego em outubro, abaixo das estimativas

Payroll: EUA criam 150 mil vagas de emprego em outubro, abaixo das estimativas

Os Estados Unidos criaram 150 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de outubro, segundo dados do payroll divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Departamento do Trabalho norte-americano. O resultado representa uma desaceleração em relação ao mês passado. Em setembro, o mercado foi surpreendido com o número inicial de 336 mil novas vagas o dado, em seguida, foi revisado para 297 mil.

A expectativa do mercado era de criação de 180 mil postos no mês para o payroll, segundo especialistas consultados pelo Refinitiv. Isso porque os dados de trabalhadores em greve não contam nas folhas de pagamento.

A taxa de desemprego subiu levemente, de 3,8% para 3,9%, acima da projeção de estabilidade.

Segundo o payroll, o salário médio por hora em folhas de pagamento privadas não agrícolas aumentou em 7 centavos de dólar, ou 0,2%, para US$ 34. Nos últimos 12 meses, o rendimento médio por hora subiu 4,1%.

O número de pessoas que perderam o emprego permanente aumentou em 164 mil em outubro, para 1,6 milhão. Já o número de pessoas que passaram por layoffs foi de 781 mil para 873 mil no período.

Em outubro, o total de desempregados de longa duração – há 27 semanas ou mais – foi de 1,3 milhão, representando 19,8% de todos os classificados como desocupados no país. A taxa de participação na força de trabalho ficou em 62,7%, praticamente inalterada no mês.

Payroll: qual a relação com os juros nos EUA

Os juros nos EUA estão no patamar mais alto em 22 anos, em 5,25% a 5,5% ao ano. O Federal Reserve, banco central norte-americano, optou por manter as taxas inalteradas pela segunda vez consecutiva na quarta-feira (1°).

O comunicado pós-decisão ressalta que a economia dos EUA continua forte, assim como a inflação. Jerome Powell, presidente do Fed, fala sobre sinais de uma leve melhora, mas que poucos meses não garantem que a inflação manterá uma trajetória de desaceleração, e principalmente que o crescimento da economia continua muito forte e acima do comum.

Dados recentes sugerem que a atividade econômica se expandiu a um ritmo forte no terceiro trimestre. Os ganhos do mercado de trabalho diminuem lentamente desde o início do ano, mas permanecem fortes, e a taxa de desemprego continua baixa. A inflação ainda está elevada“, comunicou o Fed.

Segundo o economista-chefe da EQI Asset Stephan Kautz, para que a economia fique nas metas do Fed, com uma inflação a 2% no ano, o crescimento deve ficar abaixo do potencial – abaixo de 2% por um certo tempo.

Há uma possibilidade de continuidade de elevação de juros, caso a economia não desacelere. Os dados de atividade devem ganhar cada vez mais relevância na decisão de política monetária na medida em que a inflação vem desacelerando. “Para os próximos meses, a continuidade desse movimento dependerá de um crescimento econômico mais fraco, sobretudo do mercado de trabalho e consumo das famílias“, explica.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, a criação de vagas em outubro abaixo do esperado, além da revisão dos dados em setembro e agosto para baixo o que, no total, somou 100 mil postos a menos do que o divulgado anteriormente mostram resultados mais fracos na margem. Houve uma desaceleração no crescimento dos salários nominais, para 0,20%, no patamar mais baixo desde o início do ano.

A taxa de participação de algumas faixas etárias está muito próxima de níveis pré-pandemia. Também, há alguns sinais de que a taxa de desemprego para as classes com menor nível de educação tem subido de maneira um pouco mais acelerada.

De maneira geral, o mercado de trabalho mostra uma tendência de desaceleração. Por isso mesmo, a taxa de desemprego como um todo subiu para o patamar mais alto desde o início do ano também, em 3,9%. É uma taxa baixa, o que mostra que o mercado continua aquecido, ainda que esses sejam os primeiros sinais de uma desaceleração“, menciona Kautz.

Segundo o especialista, o mercado ‘comemora’ essa desaceleração do mercado de trabalho pois gera uma perspectiva de que a inflação segue o mesmo caminho. Com isso, o Federal Reserve poderá encerrar o ciclo de alta dos juros.

“Na quarta-feira, Powell sinalizou que a [possibilidade de] alta na reunião do mês de dezembro dependerá dos dados econômicos. Dois dias depois, vemos um dado mais fraco do que o consenso, especialmente no setor em que eles estão mais preocupados. Isso tira certa pressão do cenário internacional, que também vinha incomodando o nosso banco central aqui no Brasil.”

Escute, a seguir, o áudio na íntegra: